Notícia
Em entrevista ao “Programa Giro Sindical”, realizado em parceria entre a TVT e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Maria Aparecida Faria, que é presidenta do Dieese, dirigente do SindSaúde-SP e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), e membro da Executiva Nacional da Central de Única dos Trabalhadores, abordou a situação das mulheres trabalhadoras da área da saúde.
A entrevista foi ao ar no último domingo (13), clique aqui para assistir. Entre os temas abordados pela entrevistadora Renata Belzunces, técnica da Unidade de Atendimento Técnico Local do Dieese no Vale do Paraíba, está a violência contra as mulheres durante a atuação profissional.
Maria destacou que a violência sofrida pelas trabalhadoras que atuam na saúde, infelizmente não é um fato novo, provocado por situações da pandemia, mas um problema histórico, pois elas acabam sendo vítimas de pessoas que não entendem que as mazelas do sistema público são causadas pela falta de investimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e também pelo sucateamento que tem como objetivo “justificar” as privatizações.
“Na hora da dor, da revolta dos usuários, as primeiras que estão na linha de frente são essas profissionais. Então, se não tem médicos para atender, se falta medicamento, se não há leito, a população não entende que isso é culpa do gestor público. Para eles a culpa é dessas trabalhadoras que estão ali na unidade”, destacou a dirigente.
Contudo, para a presidenta do Dieese, a pandemia agravou todo esse cenário. “As trabalhadoras enfrentaram violência em seus lares por não poderem se aproximar de sua própria família, devido ao risco de contaminação por Covid-19; a violência física e verbal por parte dos familiares dos pacientes com Covid-19; a falta de informação do que estava de fato ocorrendo em muitos equipamentos também pode se caracterizar como violência psíquica”, complementou Maria, que citou diversos outros exemplos.
Maria também lembrou em sua fala que as mulheres são a maioria na área da saúde em todo o país, representando 70% da força de trabalho dos mais 1,7 milhão que estão na ativa. Elas que enfrentam a sobrecarga de trabalho, muitas vezes em dois ou três vínculos profissionais para conseguir sustentar a família; elas, que muitas vezes são arrimo de família e, quando chegam em casa, precisam cuidar da casa e dos filhos”, disse a dirigente sindical.
Para assistir à entrevista completa, acesse o vídeo abaixo: