Notícia
Depois de uma quinta-feira movimentada, em que o agora ex-governador de São Paulo João Doria Jr. não sabia se ficava ou se saía do cargo para concorrer a presidente do Brasil, no fim da tarde de ontem ele finalmente anunciou que estava deixando o cargo para concorrer à Presidência este ano. Assim, Rodrigo Garcia, então vice-governador, assumiu o seu lugar e deve concorrer ao cargo de governador no pleito de 2022.
A notícia de que Doria ficaria no cargo e desistiria de concorrer a presidente movimentou a política brasileira ontem. Foi ventilado nos bastidores que Doria, que tem apenas 2% das intenções de votos na corrida eleitoral à Presidência, permaneceria no cargo, o que teria gerado um clima de tensão entre ele e Rodrigo Garcia.
Somente no fim da tarde ele confirmou, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, que se desincompatibilizaria do cargo para participar das eleições presidenciais.
Ontem era o prazo máximo dado pela legislação eleitoral para que postulantes a concorrer a algum cargo nas eleições deixassem seus cargos ou trocassem de partidos políticos, para evitar o que se chama de abuso político ou econômico nas eleições.
Entenda
O mandato de Rodrigo Garcia, 47 anos, termina em 31 de dezembro deste ano. Ele foi eleito vice-governador na chapa de Doria e, também, ocupava a Secretaria de Governo.
Antes de deixar o governo, Doria realizou todo um rito de passagem. Tentou colar nele o título de “pai da vacina contra a Covid-19” e, nos últimos dois dias, sancionou os projetos que concederam o falso reajuste salarial ao funcionalismo público e, também, aumentou o salário-mínimo estadual. Até o momento, no entanto, nada disso foi suficiente para fazê-lo engrenar na campanha.
Para o funcionalismo estadual, João Doria Jr. não vai deixar saudades. Nos quase 30 anos de governo tucano no estado, ele foi o que mais passou o trator sobre as trabalhadoras e trabalhadores do serviço público, no estilo “morde e assopra”.
Afinal, depois de tantos projetos que prejudicaram o funcionalismo público, ele concedeu um falso reajuste às trabalhadoras e trabalhadores da saúde, que continuam com seus salários minguados.