Notícia
Com apoio do SindSaúde-SP, o ato realizado pelas trabalhadoras e trabalhadores da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) ontem de manhã (5), em frente à sede da autarquia no Centro de São Paulo, foi destaque em alguns veículos de imprensa. Na edição do “Jornal da Record”, da TV Record, a manifestação foi destaque em uma reportagem que tratou do aumento de casos de dengue no país. No “Seu Jornal” de ontem, da TVT, a pauta foi a manifestação e a entrevistada foi a secretária-Geral do SindSaúde-SP, Célia Regina Costa.
O objetivo da manifestação foi cobrar uma resposta do governo do estado e da superintendência da autarquia sobre a manutenção dos empregos das trabalhadoras e trabalhadores da Sucen, que foi extinta juntamente com outras empresas públicas pela Lei 17.293/20.
A conclusão do processo de extinção da autarquia deve ocorrer no mês de abril e, desde que a lei foi sancionada, os(as) funcionários(as) ainda não sabe de seu destino, principalmente aqueles contratados via Programação Pactuada Integrada (PPI).
No ato, o SindSaúde-SP entregou uma carta aberta à população mostrando os prejuízos à saúde pública que a extinção da Sucen pode ocasionar. A carta foi destaque na reportagem da TV Record (leia a íntegra da carta da direção do Sindicato no fim deste texto).
A reportagem do “Jornal da Record” abordou o crescimento de 55% nos casos de dengue em todo o país somente no primeiro trimestre deste ano, com um total de 204 casos confirmados e 70 mortes, sendo 23 delas ocorridas no estado de São Paulo.
Esse aspecto sempre foi enfatizado pelo SindSaúde-SP, pois a Sucen tem profissionais capacitados para fazer o controle de vetores, como o Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. O Sindicato sempre alertou que a extinção da autarquia será muito prejudicial principalmente aos municípios pequenos, com menos de 50 mil habitantes, que não tem aparato tecnológico nem conhecimento técnico para fazer esse controle sozinhos.
O alerta do SindSaúde-SP foi corroborado por um funcionário da Sucen entrevistado pela reportagem. Ele disse que “o impacto” das demissões “será muito grande porque os profissionais são capacitados e, se precisar fazer um combate mais rápido, não vai ter gente qualificada”.
Procurada pela reportagem da Record, a Secretaria de Estado da Saúde disse que o serviço prestado pela Sucen não foi interrompido, e que os profissionais estão sendo incorporados à Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), o que não é verdade, pois o SindSaúde-SP está insistentemente cobrando do órgão uma resposta sobre o futuro dessas trabalhadoras e trabalhadores e, até hoje, nenhuma solução foi apresentada à entidade.
Reportagem da TVT
Na entrevista à TVT, a secretária-Geral do SindSaúde-SP reforçou que as trabalhadoras e trabalhadores da Sucen vivem um momento de muita angústia, sem saber se ainda terão seus empregos. “São pais de família, que têm uma vida estabelecida e hoje não sabem o que vai acontecer com eles”, disse Célia.
Ela ainda classificou como irresponsável a postura da Secretaria de Estado da Saúde, que deveria coordenar todo esse processo, mantendo um diálogo com o Sindicato. “Mas (a secretaria) não tem feito isso, não sabe dizer o que vai acontecer, que depende do governo central”, criticou.
Célia ainda enfatizou na entrevista a importância da Sucen para os pequenos municípios e para toda a população paulista, que vai sofrer as consequências da extinção da autarquia.
A luta continua!
Na manifestação de ontem, a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, abordou a última reunião realizada com o governo. “Nós tivemos recentemente uma reunião com a coordenadora Cida Novaes (Coordenadora de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde), que não nos deu nenhuma resposta sobre se haverá ou não demissões dessas trabalhadoras e trabalhadores. Mas eles não vão nos calar! Nós queremos uma resposta, e que seja hoje!”, frisou.
O SindSaúde-SP continuará lutando incansavelmente pela manutenção dos empregos das trabalhadoras e trabalhadores da Sucen e, também, pela saúde da população paulista, que não pode ficar descoberta do serviço essencial prestado pela autarquia.
Veja abaixo a íntegra da carta entregue à população:
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO
O SindSaúde-SP - Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo - vem a público denunciar a falta de compromisso e de respeito do governo do PSDB, de João Doria Jr., com a população, devido à extinção da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) e sem a definição da manutenção dos empregos dos trabalhadores e das trabalhadoras, deixando a população do estado de São Paulo sem esse serviço tão essencial.
São esses trabalhadores e trabalhadoras que realizam o controle de vetores nos municípios do estado, como o mosquito Aedes aegypti, principalmente naqueles que não têm profissionais para realizar esse trabalho. Com a extinção definitiva da SUCEN, a população paulista poderá ficar mais exposta a doenças como malária, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, dengue, zika, chikungunya, febre amarela, febre maculosa, quadros de envenenamento por escorpiões, entre outros problemas.
A SUCEN foi criada há mais de 50 anos e seus trabalhadores e trabalhadoras são responsáveis, também, pela formação de profissionais, desenvolvimento científico e tecnológico, realização de pesquisas, além da cooperação técnica e financeira com os governos municipais, fornecendo a eles insumos para desinsetização.
O SindSaúde-SP é totalmente contra a falta de definição sobre a manutenção dos empregos dos trabalhadores e trabalhadoras e, também, a extinção da SUCEN, especialmente pelo papel relevante que a autarquia possui perante a população paulista.
Para assistir à reportagem da TV Record, clique em:
CASOS DE DENGUE CRESCEM NO BRASIL
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