Notícia
O SindSaúde-SP lamenta profundamente o episódio violento ocorrido com o enfermeiro Francisco Moure Otero, de 55 anos, que faleceu no domingo dia 1° de maio.
Francisco cumpriu seu plantão no Hospital Estadual Heliópolis e na saída do trabalho acabou baleado e morto enquanto passava de moto em uma avenida nas imediações. Ele foi cercado por criminosos, que anunciaram um assalto e acabou atingido por disparos ao tentar fugir.
Mesmo baleado, ele tentou chegar até o Hospital Estadual de Heliópolis para pedir ajuda, mas como estava ferido, perdeu o controle da moto e bateu em uma árvore. conseguiu ajuda, foi levado ao pronto socorro do hospital que trabalhava, mas não resistiu.
A luta dos trabalhadores está mais árdua e trabalhar está mais perigoso, perdemos muitos companheiros, amigos e familiares com a pandemia da COVID-19, resistimos a retirada de direitos e o descaso com o sucateamento do SUS, as terceirizações de setores e o avanço passo a passo na retirada de direitos em um processo de humilhação pública por parte do governo do estado.
Hoje percebemos que além disso, estamos a mercê da violência, além de um sentimento ambíguo, pois precisamos de policiamento e segurança nos equipamentos de saúde do estado, mas percebemos esse policiamento quando fazemos as atividades e manifestações pacíficas na ALESP e Palácio do Governo.
A tristeza da perda é enorme, o sentimento de impotência também, trabalhador da saúde no estado de São Paulo não tem paz, mas estamos na luta
A diretora regional do SindSaúde-SP Gilvânia Santana, acompanhou a situação e diz, “Só quem já perdeu alguém próximo sabe a dor e a confusão emocional que é lidar com essa ausência. Vários sentimentos (como tristeza, raiva, saudade, frustração, impotência, solidão), se misturam em uma coisa só, que chega a doer fisicamente”. e completa “O sentimento de indignação é saber que um colega foi morto ao sair do trabalho e estar indo para outro, pois para pagar as contas tem que trabalhar em 2 empregos e fazer plantão extra para completar a renda. O governo estadual não tem um política pública de valorização dos trabalhadores. Basta!”
O trabalhador está no limite, mal remunerado, perdendo direitos e ainda sendo ameaçado com a violencia que só aumenta. Queremos o direito de viver em segurança.
O Sindsaúde-SP como defensor da cultura da paz, expressa o total repúdio a todo o tipo de manifestação de violência, contrariando também todas as formas de agressão, intolerância e ódio.
Nesse momento de profunda dor, choque e indignação, o sindicato manifesta os sentimentos de pesar e se solidariza com a família enlutada.