De acordo com os dados do Mapa da Nova Pobreza (MNP), publicado recentemente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), de 2019 a 2021, o Brasil teve um aumento de 9,6 milhões de pessoas com renda per capita de até R$ 497 mensais. Esse número é quase a população total de Portugal.

Com esse aumento, o total de brasileiros com renda inferior a meio salário mínimo é de 62,9 milhões. O MNP também analisou os percentuais da pobreza por unidades da federação. Santa Catarina é o estado com menor taxa de pobreza: 10,16%. O estado com maior índice é o Maranhão, com 57,9%.

A pesquisa utilizou os microdados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Anual, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O incremento e aumento dos níveis de pobreza na pandemia são impressionantes e registram um recorde no número de pobres no Brasil, desde o início da série histórica, no ano de 2012.

Os dados apontam para crescimento da pobreza em todas as faixas com renda de até metade de um salário mínimo. São 15,5 milhões na faixa de até 172 Reais mensais, 33,5 milhões na faixa de 289 Reais por mês e 62,9 milhões que recebem até 497 Reais, como podemos observar no gráfico abaixo:

    

 

O MNP analisou os índices por estado, de acordo com o gráfico a seguir:

    

 

Quatro estados têm uma proporção de pobres de mais da metade da população: Maranhão, com 57%; Amazonas, com 51,42%; Alagoas, com 50,32% e Pernambuco, com 50,32%. O estado de São Paulo está em 22º lugar, com 17,85% de pessoas pobres em 2021.

Também foram analisados os índices de aumento ou queda no percentual de pobreza, conforme o gráfico abaixo:                             

    

 

Os maiores aumentos da pobreza foram de 8,14%, no estado de Pernambuco; 6,3% em Rondônia e 5,92% no Espírito Santo. As quedas foram registradas apenas em Tocantins: 0,95% e no Piauí: 0,03%.