Retrospectiva: nossa luta em 2003
Autor: SINDSAÚDE-SP
09/12/2003
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Desde 28 de março, quando uma Assembléia Geral deu início oficial à Campanha Salarial de 2003, nossa movimentação não parou. Nos locais de trabalho, assembléias davam detalhes de nossa Campanha aos companheiros. O primeiro resultado desse trabalho de base foi visto em 16 de maio, quando 2 mil trabalhadores partiram em passeata até o Palácio dos Bandeirantes. Uma comissão dos trabalhadores foi recebida pelo governo, naquela que seria a primeira de 15 tentativas oficiais de negociação.
Enquanto isso, diretores e delegados sindicais de base procuraram deputados de suas cidades para falar de nossa luta. Por onde o governador ou o secretário da Saúde passavam, haviam representantes do Sindicato para entregar-lhes nossa pauta de reivindicações, embalados muitas vezes por manifestações da categoria. Vários políticos, mesmo os da base governista, foram procurados para nos ajudar a pressionar o governo.
Em 10 de junho, Assembléia Geral decidiu que a greve deveria começar em 22 de agosto. Não deu outra: na data marcada teve início a greve, que foi crescendo até atingir, logo nos primeiros cinco dias, quase 40% da categoria.
A procuradoria do Ministério Público do Trabalho nos intimou a comparecer em juízo, como réus, por entender que nossa greve era lesiva à população. Em 2 de setembro, o Sindsaúde-SP compareceu ao TRT/SP para ouvir a seguinte sentença, unânime entre os juízes: nossa greve não era abusiva e, portanto, era justa, e que o governo deveria nos dar 18,5% de aumento e um vale-refeição de R$ 6,00. Era o feitiço virando contra o feiticeiro.
Detalhe: o TRT só determinou esse aumento para os celetistas porque, pela lei, não tem poder para julgar os demais funcionários públicos. Mas, se tivesse, teria estendido o reajuste para todos. O governo estadual recorreu, a sentença foi suspensa e agora, lá em Brasília, aguarda julgamento.
O Sindicato, que nunca ficou esperando que a Justiça fosse resolver nossa luta, manteve a greve. Alckmin, que no primeiro dia havia ameaçado, pelos jornais, que iria cortar o Prêmio de Incentivo dos grevistas, recuou e chegou a afirmar, em entrevista, que nossas reivindicações eram justas.
O governo estadual implementou oficialmente a mesa de negociação (antiga reivindicação dos trabalhadores) e assinou um compromisso público de reajustar nossos salários assim que a arrecadação do Estado permitir a elevação salarial sem que a Lei de Responsabilidade Fiscal seja desrespeitada. Nenhum grevista teve corte de ponto.
Em novembro, fizemos paralisações locais de 48h e um ato de protesto no Masp. Ano que vem tem mais, até ganharmos essa queda-de-braço.
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