Notícia
25 de julho é a data de celebração do Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Afro-caribenha. E no Brasil também é celebrado o Dia Nacional da Mulher Negra e de Tereza de Bengela. A ocasião é importante para exaltar a luta e a mobilização das mulheres negras, que sofrem a opressão do machismo, do racismo e também de classe social.
A origem da celebração foi o I Encontro de Mulheres Negras Latino-americanas e do Caribe, realizado na República Dominicana, entre os dias 19 e 25 de julho de 1992. Nesse Encontro foi criado o Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Afro-caribenha; e a Rede Afro: Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora.
As mulheres negras brasileiras participam da Rede Afro desde sua fundação até os dias de hoje Em 2014, por meio da Lei n° 12.987/2014, foi instituído – também na data de 25 de julho – o Dia Nacional da Mulher Negra e de Tereza de Bengela.
Marcha das Mulheres Negras
Em 18 de novembro de 2015 foi realizada a Marcha das Mulheres Negras (MMN) contra o racismo, o machismo e pelo bem-viver. Cerca de 50 mil mulheres estiveram em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, na ocasião foi entregue uma carta à Presidenta Dilma Roussef .A MMN foi organizada por diversas ativistas individuais, de coletivos e movimentos sociais. Para a mobilização, foram criados núcleos impulsores em todos os estados e no Distrito Federal, com a coordenação da Articulação das Mulheres Negras Brasileira (AMNB).
Após a marcha de Brasília, o Núcleo Impulsor da MMN do Estado de São Paulo se tornou a articulação denominada: Marcha das Mulheres Negras de SP (MMN-SP), que todos os anos realiza a MMN na capital do estado.
Marcha das Mulheres Negras de São Paulo 2022
Esse ano a MMN-SP será realizada com a seguinte programação:
17h30 - Concentração na Praça da República
18h00 - Ato político-cultural
19h00 - Início da marcha, que vai percorrer as ruas São Luiz, da Consolação (no
trecho da Praça/Biblioteca Mário de Andrade) e Coronel Xavier de Toledo, até
as escadarias do Theatro Municipal
Manifesto da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo 2022
O Manifesto da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo 2022, que tem como tema: “Nem fome, nem tiro, nem cadeia, nem Covid: parem de nos matar!” traz as seguintes reivindicações:
“Queremos:
- Comida no prato e segurança alimentar
- Atendimento à saúde integral em todas as fases das nossas vidas
- Emprego com salário justo
- Creche e escolas decentes para nossas crianças e jovens
- Transporte público barato e de qualidade
- Moradia decente e saneamento básico
- Segurança pública que nos proteja e não nos mate, nos humilhe, nos maltrate
- Atendimento digno para parirmos e aborto legal para não morrermos
- Direito a exercer a nossa sexualidade sem culpa e sem preconceitos
- Conta de luz mais barata
- Comida sem agrotóxicos
- Remédios acessíveis
- Sistema de justiça competente
- Direito à cultura e ao lazer
- Direito a ocupar lugares de decisão e poder
- Direito a viver com dignidade e prazer
- Garantia de todos os direitos de LGBTQIA+
É o que queremos. E se queremos, podemos.
Somos jovens, adultas, idosas, heterossexuais, lésbicas, cis, transexuais, travestis, bissexuais, mulheres com deficiência, das favelas, sem-teto, imigrantes, trabalhadoras domésticas, prostitutas, artistas, empreendedoras, intelectuais, mães, artesãs, quilombolas, catadoras de materiais recicláveis, trabalhadoras da saúde, educadoras, religiosas de matrizes africanas, evangélicas, católicas, mães de crianças e jovens assassinados, estudantes, comunicadoras e muitas mais.
Nos somamos às organizações e movimentos que tomam as redes e as ruas pela democracia, contra o racismo, o fascismo e o machismo, a cis-heteronormatividade e a política de morte, votando em candidatas negras comprometidas com nossas lutas e em governos capazes de transformar nossos desejos e reivindicações em realidade.”
Com informações da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo.