Notícia
As trabalhadoras e os trabalhadores do serviço público do estado de São Paulo realizaram um ato unificado, na última quinta-feira (25), para denunciar o descaso do governo e da gestão do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) tanto com usuários(as) quanto com os(as) profissionais que atuam no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
“Temos ficado em filas esperando cirurgia. Ficamos dias dentro daquele pronto-socorro sem atendimento, porque estamos sem médicos, sem enfermagem e sem condições psicológicas. Estamos simplesmente abandonados há anos”, afirmou a secretária de Assuntos Jurídicos e trabalhadora do HSPE, Regina Bueno e completou: “É um absurdo, a noite a gente passa procurando médico, porque não tem neurologista, nem geriatra e cardiologista. Onze médicos pediram as contas.”
O ato foi organizado pela Comissão Consultiva Mista do Iamspe (CCM), que é formada por todas as entidades, sindicatos, e associações representantes do funcionalismo público do Estado de São Paulo, entre elas o SindSaúde-SP e a Associação dos Funcionários do Iamspe (Afiamspe). Na ocasião, os manifestantes também reivindicaram 3% de contrapartida do governo para ampliar o financiamento do Instituto, além da implementação dos Conselhos Deliberativo, Paritário e Fiscal.
Célia Regina Costa, secretária-geral do SindSaúde-SP e trabalhadora do Iamspe há 45 anos, relatou os transtornos que os(as) trabalhadores(as) e os(as) usuários(as) estão passando. “Nós não podemos andar pelo hospital, todas as portas estão fechadas e não se abre para ter mobilidade interna, não só para os(as) usuários(as), mas também para nós funcionários.
A dirigente do SindSaúde-SP ainda relatou que os problemas internos do HSPE, não param por aí. “Sofremos com os relógios de ponto, que toda hora estão quebrados. As pessoas têm que descer e subir escadas, ficam desesperadas para poder marcar o seu ponto. Os elevadores do bloco F, por exemplo, vivem quebrados, semana passada uma colega nossa ficou duas horas presa no elevador com material que ela colheu no laboratório. Essa é a irresponsabilidade de quem está administrando essa instituição”, relatou Célia.
Os problemas dos(as) trabalhadores(as) se somam às pautas dos usuários, que enfrentam dificuldade para marcar consultas, precisam aguardar muito tempo para realização de exames ou não conseguem ter acesso a determinados serviços de saúde por falta de cobertura no interior do estado.
Sem negociação
O SindSaúde-SP e a Afiamspe fizeram diversas reuniões com a diretoria do hospital e superintendência, mas eles não se sensibilizam com essas demandas. “Desde janeiro deste ano, mandamos diversos ofícios à superintendência do Iamspe para abrir a mesa de negociação, somente agora, recebemos um retorno de que não seria possível negociar nesse momento por conta do período eleitoral”, contou Ana Cristina Manente, presidenta da Afiamspe.
Próximos passos
O presidente da CCM, José Luiz Moreno Prado Leite, que foi um dos coordenadores do ato, acordou com as demais entidades que na próxima reunião da Comissão será definida a data para um novo ato, com objetivo de cobrar do superintendente do Iamspe que as reivindicações sejam atendidas.