Notícia
Trabalhadoras e trabalhadores do Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas (Cratod), localizado no centro da capital paulista, denunciaram ao SindSaúde-SP que correm o risco de serem retirados do equipamento por conta da terceirização do serviço. Os rumores são de que a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) irá assumir a gestão dessa unidade e todos os(as) trabalhadores(as) concursados serão transferidos.
A preocupação dos profissionais, caso as mudanças sejam confirmadas, é de que todo o trabalho realizado com seus pacientes seja destruído, pois há uma política de acolhimento e vínculo dos usuários com esses(as) trabalhadores(as), fatores que auxiliam no tratamento de dependência química.
O diretor da região centro pelo SindSaúde-SP, Paulo Moura, participou de uma reunião com a gestão do Cratod e os(as) trabalhadores(as), nesta terça-feira (14). Ao questionar sobre essa suposta transição do serviço para a organização social (OS), a gestão confirmou que os(as) profissionais concursados serão transferidos e haverá a mudança na direção da unidade.
Depois ele foi com os(as) trabalhadores(as) conversar com a representante da Coordenadoria dos Serviços de Saúde (CSS), Roseli Rodrigues Gomes dos Santos, que estava na unidade. “Na conversa com os trabalhadores, Roseli Rodrigues disse que não tinha nenhuma informação nem sobre a entrega do local para a SPDM administrar e nem sobre a situação dos trabalhadores”, afirmou o diretor.
Após essa conversa, em assembleia, os(as) trabalhadores(as) decidiram aguardar uma resposta oficial sobre a situação e afirmaram que estão dispostos a continuar trabalhando no local para garantir a continuidade do tratamento de seus pacientes.
A preocupação de Paulo, diante da denúncia, é a política do novo governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a região chamada de “Cracolândia”. “Sabemos que esse governo tem a intenção de implementar medidas higienistas, por meio de internação compulsória da população em situação de rua da região e essa também é uma preocupação dos trabalhadores, que a natureza do serviço seja descaracterizada e a unidade se torne uma espécie de triagem para as internações compulsórias”, concluiu.