Trabalhadores(as) do extinto Cratod são obrigados a se transferirem para outro local de trabalho após a terceirização da unidade
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    Trabalhadores(as) do extinto Cratod são obrigados a se transferirem para outro local de trabalho após a terceirização da unidade
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    13/04/2023

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Trabalhadoras e trabalhadores protestam após o governo de SP extinguir Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas (Cratod) e transformar a unidade de saúde em um HUB de cuidados para Crack e Outras Drogas. Confira a galeria de fotos no final do texto.

     

    O ato aconteceu durante a inauguração oficial com a presença do Governador Tarcísio de Freitas, do prefeito da cidade de são Paulo Ricardo Nunes, e do Secretário Estado da Saúde, Eleuses Paiva, nesta terça-feira (11).

     

    O diretor do SindSaúde-SP da região Centro da capital, Paulo Moura, esteve com os(as) trabalhadores(as) e com as entidades da luta antimanicomial no ato contra a mudança de gestão e a transferência compulsória de todos(as) os(as) trabalhadores(as) públicos para outras unidades de saúde. Para esses(as) profissionais, essas mudanças vão interromper a política de acolhimento e vínculo realizada há cerca de 20 anos com os(as) com os(as) pacientes atendidos(as) no tratamento da dependência química.

     

    Segundo Paulo, houve muita injustiça com os(as) funcionários(as). “Os servidores do Cratod foram tratados com uma truculência que até então a gente não tinha visto, e talvez essa seja a tônica das privatizações, o governo passando como um trator por cima do controle social, da opinião dos especialistas, dos servidores e trabalhadores que são concursados”.

     

    “A grande preocupação é que esses trabalhadores que não estão mais no Cratod, quando eles forem para outros locais logo-logo a privatização vai acontecer nos outros locais também. Então a gente tem que resistir e começar a brigar para ficar no local de trabalho porque logo não haverá mais para onde ir”, afirmou o diretor.

     

    Além do protesto, o SindSaúde-SP junto à mandatos, coletivos, movimentos, fóruns, frentes, entidades e outros sindicatos que apoiam a permanência do Cratod escreveram uma Carta Aberta aos Servidores do Cratod.

     

    O documento denuncia que o governo atual: desrespeita o conhecimento que foi adquirido pela equipe profissional durante os 20 anos de existência do Cratod; nega de maneira sistemática os avanços das políticas de redução de danos com a prática de direitos humanos; foca em uma ação higienista na região ao invés de um tratamento humanizado, territorializado e comunitário.

     

    E defende a importância da permanência do Cratod, assim como da gestão e trabalhadores(as) públicos e o “início de um processo de refundação do Cratod no sentido de tornar um serviço que acolha populações, como a da chamada cracolândia, e outras, de maneira eficiente, respeitosa e alinhada com a redução de danos à luz dos direitos humanos, através de políticas públicas antimanicomiais e antiproibicionistas”, conclui o documento.

     

     

    Audiência Pública

     

    No mesmo dia, foi realizada a Audiência Pública pelo desaparelhamento do CRATOD - Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com a participação de diretores do SindSaúde-SP, entidades da luta antimanicomial, deputados(as), usuários(as) e trabalhadores(as) do Cratod.

     

    Participaram da Audiência a Presidenta Cleonice Ribeiro, o diretor da região Centro da capital, Paulo Moura, a Secretária de Saúde do Trabalhador Janaína Luna, a Secretária de Igualdade de Oportunidades, Renata Scaquetti, a diretora da região do ABC/Mauá, Gilvania Santos Santana e a diretora da região Sul da capital, Rita Lemos, representando o SindSaúde-SP.

     

    Na audiência, foi questionada a terceirização dos serviços públicos de saúde, a política anti-drogas e de internação compulsória de dependentes químicos.

     

    Segundo o diretor Paulo, o uso do termo Hub também é questionável. “O que antes era o Cratod, hoje eles chamam de Hub, que a gente não sabe exatamente o que quer dizer, já que esse termo hub é usado por empresas de logística, como centro de distribuição e talvez seja mesmo isso. Talvez a unidade tenha se tornado um ponto de distribuição de usuários de psicoativos para a internação compulsória, e o aprisionamento da pessoa que precisa de um tratamento digno de saúde, já que hub é isso, é um centro de distribuição”.

     

    A Presidenta Cleonice falou sobre a extinção do Cratod e o processo de sucateamento das unidades de saúde para depois passar a gestão para Organizações Sociais. “O Cratod foi fechado na calada da noite, sem nenhum diálogo com a população e trabalhadores, foi extinto um Centro de Referência que já havia construído um trabalho muito importante na região.”

     

    “Saúde e educação viraram mercadoria, os trabalhadores e a população são mera mercadoria, que podem servir hoje e amanhã serem descartados. E assim os trabalhadores públicos da saúde do estado de SP têm sido substituídos pelos serviços terceirizados”, concluiu Cleonice.

     

     

     










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