O estado mais rico do país tem verba para efetuar o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem e poderia ter pago os valores atualizados desde o ano passado conforme determinado pela Lei 14.434/2022 (antes PL 2.564/2020), assim como alguns municípios e hospitais privados fizeram, mesmo com a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) concedida à Confederação que representa os hospitais privados, que suspendeu a obrigatoriedade do piso.  

Na cidade de Ribeirão Preto, por exemplo, recebemos a informação de auxiliares de enfermagem que recebem salário-base bem acima do valor do piso da enfermagem. Veja os demonstrativos:

Demonstrativo de pagamento de uma auxiliar de enfermagem com 16 anos de serviço público na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto

No exemplo acima, um auxiliar de enfermagem que atua no Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto, que está há 28 anos no estado tem salário-base de R$ 486,54 e depende de gratificações e do abono complementar para alcançar o salário mínimo paulista, que atualmente está em R$ 1550. Os valores que ele conquistou além do mínimo, são referentes à progressão nesses quase 30 anos de dedicação à saúde pública.

Já a auxiliar contratada pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto recebe como salário-base pela jornada de 30 horas o valor de R$ 4.502,78, quase 10 vezes mais que o trabalhador do estado na mesma função. Seu vencimento total no mês de maio deste ano foi de R$ 7.154,11. Isso mesmo! São 142% a mais que o estado paga para exercer a mesma atividade profissional, com um adendo importante: está no município há 16 anos. 

Até agora não há vontade do governador de colocar a lei do piso em prática. É uma vergonha o estado de São Paulo tratar os(as) trabalhadores(as), que colocaram suas vidas e de suas famílias em risco, com tamanho descaso. Enquanto, os municípios que têm menos recursos oferecem salários melhores.

Participe da paralisação desta quarta-feira (28) e venha defender a aplicação do piso nacional da enfermagem.

E lembre-se nossa luta vai além… A campanha salarial também exige 50% de recomposição salarial para todas as categorias; o reajuste do vale-refeição para R$ 43,27; entre outras pautas. Mobilize seus companheiros e suas companheiras de trabalho e participe da paralisação e dos atos em frente às unidades de saúde.

VAMOS JUNTOS CONQUISTAR VALORIZAÇÃO SALARIAL!