O SindSaúde-SP foi à caça ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), na manhã desta segunda-feira (3) e entregou a pauta de reivindicações das trabalhadoras e dos trabalhadores da Saúde.

A abordagem aconteceu durante um evento realizado no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Na ocasião, a secretária-geral do SindSaúde-SP, Célia Regina Costa; a secretária de Saúde do(a) Trabalhador(a), Janaína Luna; o diretor da região Sudeste, João Luis Bento; e a delegada sindical de base (DSB) do SindSaúde-SP e enfermeira do Dante, Aurielia Josefa dos Santos, cobraram que o governador atenda às reivindicações da categoria e destacaram que a pauta foi entregue em 17 de fevereiro, mas que até o momento, apesar da categoria ter sido atendida pelo secretário de Saúde, Eleuses Paiva, não houve avanços na negociação. 

Tarcísio afirmou que o funcionalismo precisa ter “paciência”, porque, segundo ele, há um projeto que será encaminhado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no segundo semestre e tem o objetivo de tirar 5% da verba da Educação e transferir esse recurso para a Saúde.

A secretária-geral do SindSaúde-SP, Célia Regina Costa, avalia que essa proposta é mais uma tentativa do governo de dividir o funcionalismo público. “O governo estadual tem sim condições de conceder um reajuste salarial digno para os profissionais da saúde, sem a necessidade de retirar verba da Educação. Essa, definitivamente, não é a proposta dos trabalhadores da saúde. O Dieese levantou as informações e com base nos dados que estão disponíveis no Portal da Transparência, o diagnóstico é de que há verba e limite fiscal para atender à saúde”, afirmou Célia.

Após a entrega da pauta, a direção do SindSaúde-SP ainda conseguiu dialogar com o deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB) e solicitou que ele auxiliasse na construção de uma agenda de negociação com o governador.

Já na saída, os(as) diretores(as) do Sindicato abordaram o secretário de Saúde, quando destacaram que essa ação de “caça ao governador” foi necessária, tendo em vista a morosidade de retorno da SES em relação às exigências da categoria. Eleuses continuou com o mesmo discurso de Tarcísio e pediu “paciência”.

PPP

O evento desta segunda com a participação do governador foi agendado depois da exposição da situação degradante que os usuários do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia estão enfrentando, em denúncia no jornal BDSP, da rede Globo, veiculada na edição da última quarta-feira (28). Com isso, o governo do estado correu para liberar verba para ampliar o atendimento e definiu que serão realizados mutirões de cirurgias cardíacas.

Segundo Tarcísio, haverá um investimento de R$ 150 milhões para viabilizar os atendimentos e reduzir filas de cirurgias eletivas de em todo o estado, além da criação de 50 novos leitos no Dante Pazzanese. Contudo, no plano apresentado não há a previsão de investimento em contratação de recursos humanos por meio de concurso públicos, mas sim de destinar ainda mais verbas para Parcerias Público-Privada (PPP), com pagamento por procedimento que pode chegar ao dobro do valor que é definido pela tabela SUS.

Trabalhadores(as) desvalorizados

O anúncio do governo só aumenta a preocupação do SindSaúde-SP de como está sendo gerido o tesouro público, pois o governo mantém a mesma política de privilegiar o setor privado e continua protelando para tratar da pauta dos(as) trabalhadores.

O SindSaúde-SP não aceitou o reajuste do governo de só 6% e exige que seja concedida a recomposição salarial para todas as categorias da saúde de 50%, assim como foi para o governador Tarcísio de Freitas; a aplicação do piso da enfermagem; o reajuste do vale-refeição; entre outros pontos e convoca todas as trabalhadoras e os trabalhadores para a paralisação que será realizada nesta quarta-feira (5), com ato em frente à unidade.

VOCÊ VAI TER “PACIÊNCIA” POR MAIS QUANTO TEMPO?

Mobilize seus colegas no local de trabalho, compartilhe os informes do SindSaúde-SP e vamos construir juntos esse movimento. Pois somente unidos vamos mudar esse cenário e conquistar condições dignas de trabalho e valorização salarial!

VAMOS PRA RUA NOVAMENTE! E COM MAIS FORÇA!

6% não cobre as perdas salariais dos últimos 10 anos, período que só recebemos migalhas!

6% não cobre nem a inflação do último ano!

E a Alesp, que tem maioria de base governista, aprovou 50% para o governador!

5 JULHO É DIA DE PARALISAÇÃO! PARTICIPE E VAMOS CONSTRUIR UMA GRANDE GREVE PARA CONQUISTAR NOSSOS DIREITOS!