Barata em comida mostra descontrole na gestão do Hospital Ipiranga
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    Barata em comida mostra descontrole na gestão do Hospital Ipiranga
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    26/09/2023

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    A terceirização se mantém como um grande problema para o sistema público de saúde, ao contrário do que defendem muitos governos, entre eles, o de Tarcísio de Freitas. Um dos prejuízos dessa forma de gestão é a falta de controle da qualidade por parte do Estado dos serviços prestados em unidades como o Hospital Ipiranga, na Vila Monumento, zona sul de São Paulo.

    A cozinha administrada pela Apetece, empresa presente em muitos hospitais, apresentou o mesmo problema por duas vezes no mesmo mês sem que houvesse qualquer posição da gestão a respeito disso.

    No início de agosto, o SindSaúde-SP recebeu a denúncia, comprovada por foto, de que foi encontrada uma barata em um prato de escondidinho servido aos(às) trabalhadores(as) e acompanhantes de pacientes. Na ocasião, o Sindicato formalizou uma queixa interna e informou a equipe de nutrição local, que deveria recolher a bandeja e o restante da comida para análise. Mas nada disso ocorreu.

    Por conta desse cenário, o sindicato realizou uma visita sem aviso prévio à cozinha do local e constatou diversos problemas. A começar pela demora de mais de 30 minutos para acessar o local, como se houvesse algo a esconder.

    Uma das integrantes da comissão que realizou a inspeção, a Secretária de Saúde do Trabalhador, Janaína Luna Santos, conta que além de falhas como telas fora do lugar, ralos destampados e armadilhas para baratas e ratos no meio da cozinha, também verificaram situações atípicas, como funcionários trabalhando trancados no estoque.

    Novamente, a situação foi levada à direção do hospital, que alegou ‘exagero’ na denúncia e apontou como motivo do problema a reforma da unidade.


    Problema repetido

    Porém, diante da inércia, 15 dias depois, novamente um inseto semelhante foi encontrado em meio à comida consumida por todos que não são pacientes, lembra Janaína.

    “Acreditamos que o problema é que a terceirizada, para baratear custo, unifique a preparação da comida num mesmo lugar, que obviamente tem sérios problemas de higiene. Mas não temos essa informação porque, com a terceirização, falta transparência. De qualquer forma, a responsabilidade é da gestão do hospital. A Apetece tem contrato com a maioria dos hospitais e em vários recebemos reclamações como alteração do sabor e até a presença de objetos como parafusos”, diz.

    O SindSaúde-SP entrou em contato com a vigilância sanitária, mas ouviu que as reclamações precisavam ser oficializadas por meio da ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo diante da denúncia constatada por fotos, a apuração da ouvidoria foi cancelada sob a alegação de falta de dados.

    O sindicato seguirá na fiscalização do local e lembra que qualquer situação de comida adulterada, tanto no Ipiranga quanto nas demais unidades, devem ser informadas aos delegados sindicais de base e/ou diretor(a) regional do SindSaúde-SP para reunir provas sobre a baixa qualidade da prestação de serviço.

    Problema crônico

    Em outubro do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) encontrou equipamentos quebrados em 31% das unidades de saúde após uma fiscalização surpresa feita em 273 hospitais e unidades de saúde gerenciadas por Organizações Sociais de Saúde (OSS).

    A ação ocorreu em 120 cidades diferentes para avaliar a qualidade do atendimento aos usuários e as condições físicas das unidades e dos equipamentos médicos e constata algo que o SindSaúde-SP já tem denunciado: a falta de comprometimento das entidades com a gestão do setor em São Paulo.

    De acordo com o TCE-SP, entre os itens fiscalizados estavam o controle de presença das equipes médicas, as condições de armazenamento de medicamentos, a limpeza, a acessibilidade das instalações e o transporte de pacientes.

    Foram encontrados prédios com salas de espera com paredes mofadas e infiltrações, banheiros interditados e sem condições de uso e 61% das unidades sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.

     










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