Notícia
Um grupo de trabalhadoras e trabalhadoras esteve nesta quinta-feira (5) diante da superintendência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) para cobrar o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem.
Em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) regulamentou a aplicação do piso, mas, mesmo com essa definição, muitos estados ainda não colocam a lei em prática.
Em comunicado, a superintendência da unidade alega que os recursos correspondentes ao período de maio a agosto de 2023 não foram creditados pelo InvestSUS do Fundo Nacional da Saúde.
Porém, o diretor da região de Ribeirão Preto do SindSaúde-SP, Edson Fedelino, questiona a versão do órgão e destaca que os valores foram repassados. Mas a instâncias erradas.
Segundo ele, o superintendente professor doutor Ricardo de Carvalho Cavalli, informou que a verba foi para a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FAEPA).
Por conta desse erro, o valor teve então de ser redirecionado à Secretaria da Saúde. Não bastasse essa falha, boa parte dos(as) trabalhadores(as) também não irá receber porque a Secretaria se recusou a ouvir o sindicato sobre problemas cadastrais e encaminhou uma lista com falhas para o sistema do governo federal, assim como ocorreu com o Iamspe e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
“Vai ocorrer uma série de divergências, já fomos comunicados pela Secretaria de Saúde que só vai ser pago para 30% da enfermagem, que 30% vão ficar sem receber por informações incorretas neste primeiro montante e que o restante já recebe acima do piso”, criticou.
Fedelino ressalta que com os dados incorretos, a expectativa é que apenas 400 trabalhadores(as) da enfermagem do HC recebam o piso. Mas, com a atualização cadastral, todos os 1700 profissionais da enfermagem da autarquia terão direito ao valor.
“Vamos à luta bater na secretaria para corrigir o quanto antes e pagar os atrasados. É muito difícil trabalhar duro e dedicar todo seu tempo à saúde das pessoas e a própria está ficando ruim. Estamos falando de quem, durante a pandemia, teve férias canceladas, exerceu jornadas ininterruptas, não puderem ir para casa para não transmitir Covid para familiares”, lembrou.