No primeiro ano do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o SindSaúde-SP mostrou que o sindicato manteria a mobilização para garantir condições dignas de trabalho e acabar com as perdas que a categoria acumulou ao longo de 28 anos de governos do PSDB. 

Ainda que os resultados não sejam os ideais, o funcionalismo conquistou importantes vitórias como o aumento de 6% após a primeira reunião com a Secretaria de Saúde do Estado, em abril, dois meses após o início da campanha salarial. Ainda incapaz de valorizar plenamente as(os) trabalhadoras(es) que mais sofreram com a pandemia, mas um ponto importante a se destacar. 

A mais recente conquista foi a elevação no Prêmio de Incentivo (PI) para os(as) abrangidos pela lei 1.080/2008 (administrativos) e para os(as) da lei 1.157/2011 (área técnica). Além disso, houve a inclusão da categoria entre os setores do funcionalismo que receberão a Bonificação por Resultados (BR) a partir de 2024. 

Nada disso foi de presente. Todos os avanços foram resultado de mobilizações que incluíram atos nas unidades de saúde, manifestações na Avenida Paulista e as diversas ‘caças ao governador e ao secretário’ para entrega da pauta de reivindicação. 

As mobilizações, aponta a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, foram fundamentais para o que avalia como um ano exitoso. 

“Conseguimos muitas coisas nas negociações, aumento que não era o que se almejava, mas se soma a outras vitórias como a bonificação que não recebíamos e virá no ano que vem, o pagamento do piso após muita dificuldade, e elevação do PI. Isso tudo é resultado da mesa de negociação”, ressalta. 

O PI será aplicado a todas(os) trabalhadoras(es), autarquias e integrantes da administração direta e aposentados. No caso do Iamspe, será discutida a equiparação da Gratificação pelo Desempenho e Apoio e à Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Gdamspe) ao prêmio com a Secretaria de Governo e Gestão Digital. 

A conquista é histórica, já que a última elevação significativa ocorreu há quase 10 anos, também fruto da luta do SindSaúde-SP. 

Além disso, o sindicato sempre lutou para que fosse contabilizado para efeito de 13º salário, 1/3 das férias e para os aposentados, pauta ainda em negociação em um grupo de trabalho formado na gestão de Tarcísio. 

Calendário de lutas

Em maio, o SindSaúde-SP montou “campana” na Secretaria da Saúde e garantiu o compromisso da reabertura do diálogo para tratar da campanha salarial, além de agendar reuniões com a Coordenadoria de Recursos Humanos (CRH) e com o GT do Prêmio de Incentivo. No final do mesmo mês, houve o início da discussão para reestruturação do PI.

Para o próximo ano, indica Cleonice, além de manter a luta pela valorização salarial, o sindicato brigará por melhoria na infraestrutura com a ampliação do quadro e, consequentemente, melhores condições de trabalho. 

“Não vamos deixar de bater na questão salarial, porque mesmo com as gratificações, o salário segue defasado. Reajustar o tíquete, por exemplo, é de extrema importância para nós. Mas a falta de funcionários é algo que já atinge um nível insuportável, precisamos de mais concursos públicos e o fim da terceirização nos equipamentos públicos com entrega para as OSs (Organizações Sociais)”, defendeu.