Notícia
O Departamento Intersindical em Assessoria em Saúde do Trabalhador (Diesat) deu início nesta quinta-feira (22) à série de encontros que promoverá até abril (veja a programação completa abaixo) para discutir a importância da atuação sindical para a saúde da classe trabalhadora.
A primeira atividade realizada no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo, na região central da capital paulista, debateu a transformação das relações trabalhistas e como essas mudanças têm afetado a qualidade de vida de trabalhadoras e trabalhadores no país.
Além de tratar de questões como a precarização e o adoecimento causado por novas formas de produção tais quais o trabalho remoto e por meio de aplicativos, o encontro também destacou que novamente, diante de uma pandemia, agora de dengue, quem está na linha de frente não tem sido priorizado.
Presente na atividade, a secretária de Saúde do Trabalhador do SindSaúde-SP, Janaína Luna, ressaltou que falar sobre a dengue sem olhar para as condições que os trabalhadores e trabalhadoras da saúde enfrentam é novamente colocar em risco milhares de vida e a efetividade da atuação.
“A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) era uma das principais frentes do controle de endemia do estado de são Paulo, um centro de excelência, e foi desmontada sem ouvir os trabalhadores. Agora, não adianta colocar a defesa civil, a política militar para cuidar desse tema, porque têm outro papel, não é a especialidade desses profissionais. Precisamos olhar para o funcionalismo quando discutimos o papel do serviço público”, destacou.
Adoecimentos em massa
O adoecimento causado pelo trabalho tem ampliado anualmente. Em 2022, foram 612,9 mil acidentes e 2.538 óbitos registrados para pessoas com carteira assinada, a maior taxa desde 2012, segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, associado ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o Brasil.
O MPT também aponta que no ano passado cresceram as denúncias de assédio moral e sexual no Brasil. Apenas entre janeiro e julho de 2023, foram 8.458 denúncias em todo o país, quase o mesmo número de todo o ano de 2022, 8.508 denúncias.
Segundo a coordenadora estadual da Saúde do Trabalhador, Simone Alves dos Santos, junto com o adoecimento tem crescido também casos de discriminação como o racismo. “O trabalho pode ser fonte de renda e bem-estar, mas também de contaminação e acidentes a partir de como se organiza e de como está exercendo”, disse.
Próximos passos
O próximo encontro organizado pelo Diesat acontece no dia 7 de março e discutirá a Previdência Social. As últimas atividades ocorrem em 21 de março e 11 de abril:
• 7 de março
Ação Sindical em Saúde do Trabalhador – Previdência Social/INSS
Local: Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro de São Paulo
• 21 de março
Ação Sindical em Saúde do Trabalhador – Sistema Único de Saúde (SUS)
Local: Av. Barão de Itapura, 2022, Botafogo, Campinas/SP
• 11 de abril de 2024
Ação Sindical em Saúde do Trabalhador – Trabalho e Emprego
Local: Rua Galvão Bueno, 782 - Liberdade/SP
• 25 de abril de 2024
Ação Sindical em Saúde do Trabalhador – Estrutura Sindical
Local: Avenida Tiradentes, 1323, Ponte Pequena/SP.
As inscrições deverão ser realizadas pelo link: https://forms.gle/mDFYbMyWoT1PB9gE6