Notícia
Dirigentes do SindSaúde-SP, delegados sindicais de base e trabalhadores e trabalhadoras do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IPGG) reuniram-se na manhã desta sexta-feira (1º) para cobrar o fim do assédio moral que segundo funcionários e funcionárias têm sido praticados pelo diretor da unidade, Francisco Souza do Carmo.
Sob um sol intenso, o ato de solidariedade e repúdio levou ao conhecimento da população que passava pela Praça do Forró, diante do IPGG, em São Miguel Paulista, zona leste da capital paulista, as denúncias de atitudes violentas praticadas por ele desde 2014, quando assumiu o comando da unidade, que conta com cerca de 190 profissionais.
De acordo com pessoas que trabalham no local, Francisco do Carmo tem como método de trabalho os maus tratos, o desrespeito e a humilhação expresso em ofensas e troca de escalas e férias sem que exista diálogo e se considere a vida de funcionários e funcionárias.
Profissionais ouvidos pelo SindSaúde-SP relataram que o cenário de baixa autoestima por conta das perseguições é geral e que xingamentos são comuns.
Disseram ainda que as condições de trabalho na unidade são péssimas: a ambulância estaria obsoleta, os materiais de trabalho próximos ao vencimento, as salas não teriam refrigeração e não haveria copa para alimentação. Na relação com os profissionais, a situação seria ainda pior, com a suspensão de atendimento e coleta de exames domiciliares para pacientes incapacitados e o afastamento de cerca de 80 profissionais, tanto do setor gerencial quanto assistencial, que saíram por conta da postura truculenta do gestor.
Atualmente, haveria apenas dois geriatras, um ortopedista, um psiquiatra e um angiologista, uma equipe incapaz de dar conta da região.
Acordos desrespeitados
Diretora da Região Leste II da Capital do SindSaúde-SP, Amélia Oliveira, conta ainda que os acordos firmados com o sindicato não são respeitados. Ela lembra que em março e junho de 2023 foram organizadas mesas de negociação, mas nenhum dos pontos acordados foi cumprido pelo dirigente do instituto.
“Sentamos com esse senhor, mas ele tem o IPGG como uma empresa privada da qual ele é o dono. Tudo que foi pactuado foi ignorado. A partir daí, ele deixou de nos receber, a não deixar que entrássemos, num exemplo de prática antissindical e hoje estivemos aqui por conta do desrespeito que também atinge a população, porque temos pessoas doentes atendendo idosos”, criticou.
Também presente no ato, a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, convoca os profissionais de saúde a denunciarem, mesmo que anonimamente, os casos de agressão praticados pelo diretor e afirma que a mobilização continuará.
“Quem estiver com medo pode nos enviar as denúncias sem se identificar e semana que vem estaremos aqui novamente para entregar uma carta aberta à população e acabar com essa pratica ditatorial e antissindical que tem imperado no IPGG”, indicou.