Em encontro que ocorreu nessa quarta-feira (20), o SindSaúde-SP cobrou da direção da Fundação Pró-Sangue a retomada das mesas de negociação para discutir as condições de trabalho na instituição. 

Representaram a direção do sindicato a presidenta, Cleonice Ribeiro, o secretário de Administração e Finanças, Gervásio Foganholi, o diretor da Região do Quarteirão da Saúde, Rubens da Silva, e o conselheiro fiscal Eli Teodoro, que dialogaram presencialmente com a diretora de Administração, Marcia Gurgel do Amaral, e com a assessora da Diretoria Administrativa, Carolina Sanchez. Também participaram virtualmente do encontro o diretor Presidente, Vanderson Rocha, e o diretor Técnico-Científico, Alfredo Mendrone Júnior. 

Além de entregar e protocolar a pauta geral da campanha salarial (leia mais abaixo), o SindSaúde-SP também acertou a realização de um seminário em parceria com a fundação sobre assédio moral, preconceito e discriminação para evitar e combater essas práticas dentro do local de trabalho. 

Os dirigentes apontaram ainda a necessidade de discutir com o governo formas de implementar direitos já vigentes para os profissionais do estado na fundação, que funciona segundo um regime próprio, mesmo ligada ao Hospital das Clínicas. 

De acordo com a presidenta Cleonice, a reunião estabeleceu a abertura de canais de diálogo importantes, que foi o foco do encontro. 

“Nosso objetivo era reabrir portas que funcionavam antes do governo mais recente do PSDB em São Paulo e ajudavam a trazer para os trabalhadores e trabalhadoras da Fundação direitos semelhantes aos que conquistamos para o funcionalismo”, explica. 

Para Gervásio, a direção da fundação demonstrou estar receptiva ao diálogo. “Eles nos pediram uma agenda de encontros para que tenhamos periodicidade nessas atividades e agora nosso próximo passo é estabelecer uma mesa permanente de negociação, inclusive para discutirmos denúncias de assédio ou desrespeito por parte de superiores”, afirma.  

Confira as principais pautas da campanha salarial dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde protocoladas na Fundação:

- Reajuste salarial de 3,47%, referente à perda inflacionária do último ano;
- Aumento real de 2%;
- Recomposição das perdas dos últimos 10 anos, de 43%;
- Reajuste do auxílio-refeição para R$ 53,12;
- Concessão de cesta-básica para todos os trabalhadores da saúde;
- Cobrar o pagamento efetivo da bonificação por resultados;
- Garantir a isonomia de todos(as) os(as) aposentados(as), estendendo os reajustes concedidos aos(às) trabalhadores(as) ativos também para os(as) aposentados(as) com e sem paridade;
- Abertura de novos concursos públicos tanto para os equipamentos da Administração Direta quanto para as autarquias e Iamspe;
-  Jornada de 30h para autarquias;
- Revogar a reforma administrativa, que acabou com as faltas abonadas e com o reajuste automático anual do Adicional de Insalubridade;
- Regulamentação do banco de horas;
- Garantir isonomia no reajuste da gratificação dos municipalizados;
- Direito de redução de 50% da jornada para o profissional responsável por Pessoa com Deficiência (PCD);
- Ações que visem o combate ao feminicídio e à violência de gênero;
- No Iamspe, equiparação do valor da Gratificação pelo Desempenho e Apoio e à Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (GDAMSPE) ao valor do Prêmio de Incentivo;
- Na SAP, equiparação da Gratificação pelo Desempenho e Apoio às Atividades Periciais e de Assistência à Saúde (GDAPAS) ao valor do Prêmio de Incentivo;
- Manutenção do pagamento de todas as gratificações nos casos de licença-saúde.

Mas e o piso?
Em dezembro de 2023, depois de diversas tentativas de negociação com a SES sobre o pagamento integral do Piso da Enfermagem, o SindSaúde-SP judicializou a questão. Em 28 de fevereiro aconteceu a primeira audiência de mediação pré-processual no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, a próxima audiência será no dia 2 de abril. 

O SindSaúde-SP questiona, por meio de sua assessoria jurídica, Aparecido Inácio e Pereira Advogados Associados, a inexatidão dos cálculos e busca esclarecimentos sobre quando se dará o repasse integral dos valores retroativos que os trabalhadores da saúde do estado de São Paulo fazem jus, dentre outras questões relativas ao piso da enfermagem.