1º de Maio é dia de luta em defesa do direito à saúde pública
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    1º de Maio é dia de luta em defesa do direito à saúde pública
    Autor: Cleonice Ribeiro, presidenta do SindSaúde-SP
    01/05/2024

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Ao ler esse título, você pode ter pensado, “mas o 1º de Maio não é dia do trabalhador? O que uma coisa tem a ver com a outra?” Isso é o que vamos lhe explicar agora, porque muitas vezes a relação entre a qualidade dos serviços e a valorização das trabalhadoras e trabalhadores não é explícita para a população. 

    Desde 1998, quando o modelo de Organizações Sociais de Saúde (OSs) para gerenciamento de hospitais estaduais entrou em vigor, o processo de sucateamento das unidades de saúde e a desvalorização dos profissionais cresceu assustadoramente. Inclusive, para justificar a entrega do patrimônio público. 

    A saúde é um setor em que a gestão demanda muitos recursos, sabemos mais do que ninguém. Medicamentos e equipamentos para diagnóstico e tratamento custam caro e essa seria a justificativa para o ingresso do setor privado na área. Mas, ao contrário, para além desse custo, o que temos visto é um desperdício de dinheiro a partir dos modelos adotados por todos que comandaram o estado de São Paulo nos últimos 26 anos.

    Isso porque uma boa governança deve prezar por fazer o melhor possível com os valores disponíveis e isso inclui atender cada vez melhor o maior número de pessoas. Para isso, quem prega as terceirizações e privatizações defende que o Estado deve mesmo é pensar em políticas públicas e não se preocupar em gerenciar os equipamentos disponíveis. Como se uma coisa não estive diretamente atrelada à outra. 

    Apesar de se apresentarem como entidades sem fins lucrativos, onde a OSS mete a mão o que vemos é o foco total no lucro, o empenho em rebaixar a quantidade e qualidade de atendimento por meio da compra de produtos de pior qualidade e do ataque a direitos e condições de todas as trabalhadoras e trabalhadores. Da recepcionista até o médico, todos perdem com as terceirizações e privatizações. Os medicamentos são piores, os produtos para curativos, o acesso a exame fica mais difícil. Assim, o valor que seria aplicado pelo Estado, além de parar nas mãos do setor privado, ainda é utilizado de uma maneira pior. 

    Devemos lembrar ainda que essas organizações só atendem com encaminhamento, mesmo diante de uma emergência por parte de algum paciente. 

    Diante disso, reafirmamos, sem o gestor público para estabelecer como referência principal no atendimento o acesso à saúde para todos, como preconiza o Sistema Único de Saúde, a lógica das empresas de diminuir investimento para aumentar lucro prevalece e piorar o que já é limitado. 

    Sem concursos públicos, cada vez mais o país caminha para um modelo em que a saúde como serviço garantido a toda população pela Constituição de 1988 a partir do financiamento do SUS se torna um direito distante. 

    Por isso, neste Dia do Trabalhador, nós do SindSaúde-SP lutamos não apenas em defesa de uma categoria, mas de toda população, especialmente, aqueles que não podem pagar por um plano de saúde ou procedimentos médicos. 

    Diante disso, ou mudamos os rumos da política que temos adotado, com a valorização de profissionais e do cuidado ou quando percebemos que tudo já está tomado pelo setor privado, será tarde demais. 

    Seguimos em luta para defender o que é nosso e foi construído por nós, para que cada hospital público siga dessa maneira e que a entrega do nosso patrimônio, muitas vezes para agradar quem financia as campanhas eleitorais, seja uma prática extinta em nossa sociedade. Para defender quem faz a saúde acontecer. 










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