Unidos contra a terceirização do Hospital Geral de Taipas (HGT), lideranças sindicais, parlamentares e representantes de movimentos sociais estiveram nesta manhã desta quinta-feira (6) em frente à unidade localizada em Parada de Taipas, extremo Norte de São Paulo, para mostrar que haverá resistência à proposta de liquidação por parte do governo de São Paulo. 

A mobilização convocada pelo SindSaúde-SP dialogou com a população e os profissionais que ocuparam parcialmente a Avenida Elísio Teixeira Leite e receberam apoio de motoristas que passavam buzinando para incentivar o protesto. 

Em novembro do ano passado, o governador de São Paulo anunciou que iria privatizar os hospitais de Taipas, Vila Penteado e Rota dos Bandeirantes, localizado na cidade de Barueri. Na ocasião ele chamou os dois primeiros de ossinho em contraposição ao ‘filé’ desejado pelos empresários.

“Tem um monte de gente querendo administrar o Hospital de Barueri, o Sírio quer, o Einstein quer. Um monte de gente boa quer administrar e a gente disse o seguinte: já que vocês querem pegar o filé, vão ter que roer o ossinho também, vai levar junto o Taipas, vai levar junto o Vila Penteado e eu tenho certeza que a gente vai ter aí uma grande gestão”, disse.

Aos gritos de “não, não, não à privatização, privatizar Taipas é coisa de ladrão”, a manifestação terminou no final da manhã e a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, apontou que a entrega do patrimônio público só é boa para as empresas, enquanto prejudicará a população paulista e os 740 profissionais empregados no local.

“A saúde no estado de São Paulo está crítica, cada vez mais, porque não tem política séria. Com o ato de hoje, mandamos um recado para este governo de que a privatização não é importante para nós e nem para o povo”, falou a dirigente. 

Parlamentares e movimentos populares

A gravidade do caso ficou evidente na intervenção de representações dos mandatos de parlamentares como o deputado estadual Maurici (PT-SP), Donato (PT-SP) e o vereador Tião Bezerra (PT-SP). 

Presente na atividade, Donato alertou sobre um futuro preocupante que aguarda a população em caso de entrega do HGT. 

“Eu estive aqui há alguns meses atrás, conversei bastante com diretor, que me pareceu empenhado em manter o hospital como totalmente SUS (Sistema Único de Saúde). Vimos que era possível ter uma estrutura muito melhor, com concurso público podendo repor trabalhadoras e trabalhadores. Mas o governo escolheu outro caminho. Na cabeça deste governo, tudo tem que ser privatizado, estamos vendo a venda da Sabesp e vimos o que ocorreu com a Enel. Quando vende, o que está em primeiro lugar é o lucro, não a qualidade do atendimento”, afirmou. 

Presidenta da União da Juventude Brasileira (UJB), Amanda Zanotti, nascida em Perus, ressaltou que o momento é de levar a luta para toda a região. 

“O Taipas é o único hospital mais próximo nosso, de Perus, Anhanguera, dessa região. Só nós sabemos a importância dele em nossas vidas. O que o prefeito e o governador estão fazendo com a saúde é um descaso absurdo para entregar nossa cidade nas mãos de empresários privatistas. Temos que sair daqui e falar com cada morador e usuário desse equipamento, precisamos encher a porta do hospital para resistir, porque muita gente não sabe o que está acontecendo”. 

Agora é dia 13 – A próxima batalha em defesa da saúde pública e de qualidade acontece no dia 13 de junho, próxima quinta-feira, às 10h, quando trabalhadoras, trabalhadores e a população em luta pelo patrimônio público se reunirão em frente à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo (Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 188 – Cerqueira César) para uma grande mobilização.