Notícia
Após a eleição para representantes nos conselhos do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CRST) da Prefeitura de São Paulo, as lideranças do SindSaúde-SP escolhidas para representar as trabalhadoras e os trabalhadores participaram de um encontro na última sexta-feira (2) na capital paulista.
A atividade discutiu temas como o Plano Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, o papel dos CRSTs, a atribuições dos conselheiros, como se dá o financiamento das políticas públicas de saúde e as estratégias para defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde pública de qualidade.
Integrarão os quadros do CRST a diretora do SindSaúde-SP da Região Leste II da Capital, Amélia Oliveira, como segunda titular na Leste, além do diretor da Região Oeste III da Capital, Silas Lauriano Neto, e do diretor da Região Norte da Capital, Florisvaldo Rodrigues, como suplentes na Freguesia do Ó. Também foram escolhidos suplentes a diretora da Região Sul da Capital, Rita Lemos, e a delegada sindical de base Simone Mesquita.
Também presente no encontro a secretária de Saúde do Trabalhador, Janaína Luna, ressaltou que em relação ao papel dos conselheiros, o encontro abordou a necessidade de conhecer o território onde o CRST está e as demandas, tanto da população local quanto da unidade.
Outra prioridade indicada pela dirigente é a relação com as unidades de atendimento para que possam estar interligadas com o objetivo de oferecer o suporte adequado à classe trabalhadora.
“Muitas vezes, uma pessoa vai a uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e o médico não relaciona essa doença ao trabalho. Mas esse é papel dele ou encaminhar para uma avaliação no CRST. Por isso, processos de formação como desse encontro são importantes pra entender que é preciso estabelecer pontes, diálogos, que os centros têm papel específico dentro do SUS e atende de uma outra forma população, nas patologias que se adquire por conta do trabalho”, ressaltou.
Diretora do SindSaúde-SP da Região Leste II da Capital, Amélia Oliveira, ressaltou a qualidade do curso, apontou a necessidade de mais encontros e destacou como enriquecerá a atuação dentro e fora do conselho.
“Foi de alta qualidade. Essa formação é fundamental, pedimos para que façam mais para ampliar o nosso domínio sobre a estrutura organizacional que envolve a aplicação de políticas públicas de saúde do trabalhador e da trabalhadora e vai me ajudar, além do conselho, a implementar o conhecimento que obtive nas unidades que represento”, definiu.
Diretora da Região Sul da Capital, Rita Lemos, entende ser fundamental a existência de um espaço que garanta condições dignas no ambiente de trabalho. “O CRST realizar um papel essencial que é apontar os problemas com relação ao adoecimento decorrente das atividades profissionais e comprovar que muitas das ações que exercemos estão permeadas por sobrecarga, falta de valorização e assédio que provocam o adoecimento”, avalia.
O que faz o CRST
O CRST é um posto que disponibiliza médicos, fisioterapeutas e outros especialistas em medicina do trabalho para auxiliar o trabalhador a comprovar que sua doença é decorrente de acidente ou de condições inadequadas de trabalho.
Caso comprovada a casualidade ligada ao ambiente laboral, o centro é um dos órgãos que pode emitir uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para pleitear direitos como o Benefício Por Incapacidade Temporária como Acidente de Trabalho junto ao INSS.
O espaço também oferece tratamento clínico ou encaminha trabalhadoras e trabalhadores ao Sistema Único de Saúde (SUS) e pode fiscalizar e autuar empesas por não notificar acidentes de trabalho.
Para ter acesso aos serviços, os profissionais devem se dirigir à unidade mais próxima e apresentar comprovante de endereço, cartão do SUS e guia de encaminhamento, que pode ser emitida pelo sindicato ao qual é vinculado, pela empresa ou por um médico. Antes da consulta, a pessoa passa por triagem cujo horário e datas são distintos em cada uma das unidades.
O papel do conselho é fundamental para garantir o atendimento acolhedor, respeitoso e justo a quem busca os serviços, por isso a definição dos dirigentes no conselho dos CRSTs é mais uma vitória dos movimentos sociais na defesa de um dos princípios do SUS, a participação social, uma conquista que apenas se efetiva quando a população participa dos processos eleitorais e indica representantes da classe trabalhadora para espaços fundamentais nas discussões sobre saúde e o acolhimento a casos de adoecimento no ambiente de trabalho.