“O bônus só sairá por conta da luta do SindSaúde-SP”, diz novo presidente do sindicato
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    “O bônus só sairá por conta da luta do SindSaúde-SP”, diz novo presidente do sindicato
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    04/02/2025

    Crédito: Adônis Guerra

    Gervásio Foganholi, 60, assumiu a presidência do SindSaúde-SP pela terceira vez em janeiro deste ano em um dos cenários mais desafiadores da história.

    O trabalhador que ingressou no serviço público na área de manutenção após prestar concurso na década de 1990, na cidade de Assis, interior de São Paulo, terá pela frente o aprofundamento das terceirizações e privatizações, o avanço da telemedicina e a ascensão de setores conservadores na política como inimigos da organização de trabalhadoras e trabalhadores. 

    Diante disso, novos olhares para repensar a organização sindical em defesa dos(as) profissionais da saúde se tornam fundamentais, como destaca o dirigente que exerceu as funções de delegado sindical, integrante do conselho fiscal, diretor regional, secretário-adjunto de Formação e secretário de Administração e Finanças até chegar à presidência pela terceira vez. Nesta entrevista, ele fala sobre temas atuais, como o pagamento do bônus, a redução do quadro funcional, as perdas dos(as) aposentados(as) e demais prioridades da gestão. 

    Este ano começou com a notícia do pagamento do bônus, ainda que tardio. Como o sindicato se mobilizou para que esse avanço ocorresse e por que demorou?
    Gervásio Foganholi – 
    O bônus era pago desde o governo anterior para alguns órgãos do Estado a partir de um decreto que foi editado, mas que excluiu os profissionais sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde. Por conta disso, reivindicamos junto ao secretário da Saúde, como parte da nossa campanha salarial e ele assumiu, no começo de 2023, o compromisso de que levaria essa pauta ao governador. A partir disso, saiu um novo decreto incluindo os profissionais da secretaria de Estado da Saúde. 

    Todos os órgãos que iriam receber em 2023 precisavam ter a avaliação de resultados do ano de 2022. Mas as trabalhadoras e trabalhadores da saúde não foram avaliados devido à Pandemia de Covid-19, e foram punidos, mesmo com nossa dedicação e comprometimento em salvar vidas. O governo alegava que não tinha como pagar o bônus e então passou isso para 2024. 

    Quando percebemos que havia recursos destinados a todas as secretarias, menos para a Saúde, fizemos um ato fechando a avenida principal na frente do Palácio do Governo e fomos recebidos pelo secretário da Casa Civil, Arthur Lima. Ele se comprometeu a pagar para todos os hospitais e para a administração direta, resultado da luta do SindSaúde-SP. Primeiro saiu o pagamento das autarquias, e a SES alega que finalizou toda a documentação do processo, mas não tem data ainda de previsão de pagamento.

    A demora é resultado da burocracia do governo, da falta de preparo, de questões ligadas à gestão. Não havia nenhum processo de avaliação de desempenho, o que deveria já ter sido pensado. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) não tinha os dados necessários para cumprir a regra, inclusive, da legislação que criou o bônus. As autarquias da Secretaria de Estado da Saúde já receberam, pois já possuiam as informações que eram necessárias. 

    Mas é fundamental dizer que sem a luta do SindSaúde-SP, seríamos novamente excluídos do pagamento do bônus. 

    O governo Tarcísio tem incentivado a implementação da telemedicina. Como o SindSaúde-SP avalia essa política e de qual maneira impacta as trabalhadoras e trabalhadores?
    Gervásio – 
    Não temos como fugir da evolução tecnológica, mas isso tem que ser muito bem discutido e avaliado, esse processo de transição. Houve algo semelhante no sistema financeiro e tivemos muitos problemas porque a população não estava preparada. Da mesma forma, acredito que nós não estamos preparados para ter uma mudança muito rápida sem que exista uma preparação.

    Nós vamos acompanhar o avanço da telemedicina, mas não deixaremos de lutar por nossa pauta e combater a precarização. Porém, precisamos lembrar que também as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados precisam de representação para ter garantidos seus direitos nos locais de trabalho, inclusive, nas unidades. 

    Esta é a terceira vez que você estará à frente do sindicato. O que muda em relação às anteriores e quais as principais ações que a atual diretoria pretende implementar a partir deste ano?
    Gervásio – 
    Diante do cenário conservador e de uma política de desmonte do serviço público, temos a continuidade da defesa de pautas históricas, como a reivindicação da realização de concurso público, o combate a terceirizações e privatizações e a discussão de um plano de cargos e salários de verdade, algo que precisa avançar. 

    Além de olhar para a pauta das aposentadas e aposentados, que passam a ter perdas, tem vencimentos congelados e perdem uma serie de conquistas que foram lançadas como bônus e não são integradas ao salário. Por isso, uma das nossas lutas será garantir que o trabalhador, quando se aposentar, preserve todos os direitos da ativa e que tenham revisão contínua de seus vencimentos. 










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