Com Francisco Souza do Carmo na direção, IPPG se transforma em hospital ‘fantasma’
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    Com Francisco Souza do Carmo na direção, IPPG se transforma em hospital ‘fantasma’
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    09/04/2025

    Crédito: SindSaúde-SP

    Quem passasse pelo Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG) nessa segunda-feira (7) custaria a acreditar que o equipamento integra o Sistema Único de Saúde (SUS), sempre com uma demanda grande a atender. 

    Mas isso não é sinônimo de eficiência nos serviços prestados à população e sim do sucateamento promovido pela gestão do diretor Francisco Souza do Carmo.

    Uma das frases mais presentes nas conversas que se referem ao IPGG, inaugurado pelo governo de São Paulo em 2009, é “tinha, mas não tem mais”, desde que o diretor, numa espécie de ‘Midas ao contrário’, transformou diversos serviços em pó e o local em uma unidade fantasma.  

    A partir do momento em que assumiu a unidade, em 2014, conforme já denunciou o SindSaúde-SP, a deterioração do instituto que já foi referência no atendimento a idosos somou-se a denúncias de abusos contra trabalhadoras e trabalhadores que são afastados ou optam por deixar a unidade localizada em São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, por conta de assédio moral.  

    De acordo com pessoas que trabalham no local, Francisco do Carmo adotou como método de trabalho os maus tratos, o desrespeito e a humilhação expresso também em ofensas. Profissionais relataram que o cenário de baixa autoestima por conta das perseguições é geral e que xingamentos são comuns. 

    Além disso, houve um abandono da estrutura. Antes da atual gestão havia uma equipe multidisciplinar que realizava coletas e visitas domiciliares, além de oftalmologista, nutricionista, cardiologista, ginecologista, otorrinolaringologista, fisioterapeuta, educador físico e terapia ocupacional. Havia também atividades como baile, passeio e manicure. 

    Todos serviços encerrados por falta de profissionais e que acarretam em equipamentos que se 
    degradam sem manutenção preventiva ou se tornam obsoletos por falta de uso e que reduziram o instituto ao atendimento com um ortopedista, um psiquiatra, um dentista, um médico que atende na área vascular e dois geriatras. 

    O atual cenário faz do IPGG um espaço completamente vazio, que não presta os serviços para os quais foi destinado e onde há falta até mesmo de insumos, medicamentos e profissionais. 

    Segundo relatos de trabalhadoras e trabalhadores ouvidos pelo sindicato, foi feito investimento de R$ 880 mil em equipamentos de odontologia, mas que não são utilizados. A promessa de próteses prontas em 15 minutos e em quantidade nunca foi cumprida e as que ficam prontas, muitas vezes precisam ser trocadas por conta da baixa qualidade. 

    Diretora do SindSaúde-SP da região Leste II da Capital, Amélia Oliveira, ressalta ainda que a prática antissindical é comum, com o impedimento para a organização das trabalhadoras e trabalhadores. 

    “Sempre que solicitamos a liberação de um espaço para a assembleia, ouvimos que vai atrapalhar o atendimento, mas, nesta segunda-feira (7), por exemplo, não havia ninguém por lá. Algo que vemos de maneira muito triste, porque um equipamento referência está sendo sucateado e deixando de cumprir sua função. Não podemos esquecer que o dinheiro público que está sendo jogado no lixo, enquanto a população não é atendida como deveria”, critica. 

    Mais abuso

    A violência não para por aí. Recentemente a delegada sindical Sheila Fozzatti Barbosa foi vítima de uma forma muito utilizada para impedir a participação em assembleias. 

    Mesmo com o encaminhamento da informação de convocatória para participação em uma mesa de negociação do SindSaúde-SP, a trabalhadora foi informada, inicialmente, que teria horas descontadas por conta da ausência. 

    O desrespeito se torna ainda maior ao considerar que Sheila se ausentou de parte da atividade sindical para não prejudicar a coleta de exames, em uma demonstração de compromisso com o IPGG. 

    Após o questionamento por parte do sindicato, a responsável técnica e diretora (RT) Andreia Durval, alegando que não foi informada anteriormente sobre a ausência, ‘liberou’ a compensação de horas. Mas não haveria nada a ser pago, tendo em vista que a liberação sindical isenta tal compensação e o impedimento pode ser considerado prática antissindical. 

    Foi aberta uma sindicância na Coordenadoria de Serviços de Saúde (CSS) para averiguar as denúncias de assédio moral por parte do diretor Francisco do Carmo, mas o sindicato, apesar de solicitar, não obteve resposta sobre o caso e sobre a denúncia registrada.
     










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