Notícia
Em mais um ato solene, delegados(as) sindicais de base (DSBs) do SindSaúde-SP escolhidos(as) durante as eleições para a nova direção, no final de 2024, tomaram posse na manhã desta quarta-feira (28).
Desta vez, a cerimônia que referendou os representantes da capital paulista e Baixada Santista aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo e apresentou 186 novos representantes, que seguirão na função até 2027.
Os(as) eleitos(as) atuarão em hospitais, laboratórios, Unidades Básica de Saúde (UBSs) e outros equipamentos públicos de saúde nas 11 regiões da capital paulista e também na Baixada Santista, com base em cidades que vão do Vale do Ribeira ao ABC Paulista.
Os DSBs são a ponte direta entre os trabalhadores e as trabalhadoras e o sindicato, acolhendo denúncias de assédio, acompanhando casos de perseguição e mobilizando as categorias em defesa de seus direitos e já começam o mandato com uma grande responsabilidade.
Ao encerrar e cerimônia, o presidente do SindSaúde-SP, Gervásio Foganholi, criticou o processo de terceirizações e privatizações realizado a toque de caixa pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto as pautas dos profissionais da saúde são varridas para debaixo do tapete.
Segundo ele, os 5% de reajuste encaminhados em regime de urgência pela gestão não repõem sequer a inflação dos últimos 12 meses e ainda há outras pautas para serem debatidas. Por isso, o sindicato realizará uma assembleia-ato no dia 24 de junho (terça-feira), às 10h, com concentração no vão livre do Masp, com o indicativo de greve.
“Não queremos discutir só a perda inflacionária, mas também perdas históricas de nosso salário, o tíquete-alimentação de R$ 12 por dias úteis trabalhados, nosso Bônus por Resultado que lutamos para conquistar. Queremos discutir o concurso de promoção para todos, que as autarquias não tiveram, queremos resolver o problema do FGTS, do INSS, do PIS/Pasep que o governo não atualizou dados para se adequar ao eSocial. Queremos discutir o financiamento e a terceirização do IAMSPE. Por isso, vamos fazer a maior assembleia que já fizemos, no dia 24, uma assembleia-ato, no vão do MASP, e sairemos em marcha até Secretaria Estadual da Saúde, onde tenho certeza que aprovaremos uma greve”, disse.
A vice-presidenta do sindicato, Valéria Fernandes, e a Secretária-Geral, Janaina Luna, também destacaram a importância da mobilização neste momento e o papel dos DSBs para enfrentar a política de desmonte do governo “São vocês, junto com a direção do SindSaúde-SP, que têm papel fundamental de resistir e dizer que ainda estamos aqui e vamos lutar para manter o SUS em pé e garantir nossos direitos trabalhistas”, apontou Janaina.
Embate parlamentar
Parceiro do sindicato na luta e anfitrião do evento, o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT), ao tratar da política de entrega das unidades de saúde por parte da gestão Tarcísio, lembrou que nem mesmo a palavra do governo é confiável. Ele fez referência ao ato no último dia 26 em defesa do Hospital Heliópolis que, segundo o secretário de Saúde, não seria privatizado, mas que foi anunciado como mais um a ser gerido pelas Organizações Sociais (OSs).
Diante disso, ressaltou o parlamentar e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o trabalho dos(as) delegados(as) sindicais de base será estratégico para levar os profissionais à luta e conscientizar a população sobre os responsáveis pelos problemas na saúde.
“A organização começa pelo local de trabalho, quem vê a transformação nos hospitais é quem está lá e vocês são o olhos do SindSaúde-SP”, falou, referindo-se aos DSBs.
Secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Douglas Izzo, defendeu a unificação das diversas categorias para combater a terceirização e a privatização que tem também como alvos CPTM, Metrô e escolas públicas e assumiu o compromisso de aprovar junto à direção da Central um Dia Estadual contra a Privatização.
“Sugeri também ao deputado Marcolino fazermos uma audiência pública na Alesp sobre o tema. O governador representa o interesse dos grandes grupos econômicos e a partir do momento que privatizou, o objetivo é o lucro e ter o lucro como prioridade é incompatível com o bom atendimento da população”, definiu.