Notícia
Às vésperas de decidir sobre a greve dos profissionais da saúde, que será definida em ato-assembleia marcado para o próximo dia 27, o SindSaúde-SP promoveu o último ato de posse de delegados(as) sindicais de base (DSBs) no estado.
Na noite dessa terça-feira (17), a Câmara Municipal de Ribeirão Preto recebeu os 31 representantes do sindicato oficialmente designados ao mandato que se estende até 2027.
Foram eleitos trabalhadores(as) das cidades de Araraquara, Casa Branca, Ribeirão Preto, São Carlos e Santa Rita, que levarão às bases as estratégias, reivindicações, lutas e conquistas discutidas e defendidas pelo SindSaúde-SP.
Diante de representantes do parlamento municipal e movimentos sindical e sociais da cidade, que apontaram a importância da unidade da classe trabalhadora perante a privatização e sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) aprofundado pelo governador Tarcisio de Fretas (Republicanos), o presidente do sindicato, Gervasio Foganholi, ressaltou o histórico de precarização promovido por sucessivos governos conservadores.
Começo da tragédia
Ele lembrou que a reforma administrativa de 1995, responsável por permitir a entrada das Organizações Sociais (OSs) nas gestões hospitalares, foi o início de um problema que se agravou na gestão do ex-governardor João Doria (PSDB), declarado inimigo dos serviços públicos e dos servidores paulistas.
Mas quando parecia que não poderia piorar, lembrou Gervasio, Tarcísio provou que sempre é possível aprofundar o prejuízo.
"Elegeram um governador intransigente, que todo dia publica dois a três chamamentos públicos para que as OSs assumam a gestão de hospitais e acelerou um processo que, se continuar assim, fará com que o Estado não tenha mais serviços públicos para oferecer à população", disse, referindo-se ao atual governo.
O dirigente lembrou também da venda da Sabesp, do Metrô, da Enel, das linhas de trens e destacou que o movimento que já tem engolido as unidades de saúde avança também sobre a Fundação Casa e as escolas.
Gervasio defendeu ainda que a resposta ao modelo que não melhora o atendimento à população e adoece trabalhadores e trabalhadoras virá da mobilização conjunta.
Reação
A campanha em defesa dos serviços públicos, em parceria com a CUT-SP, promoverá atos como o do dia 27 e audiências públicas em todo o estado.
A primeira ocorreu no último dia 16, na Assembleia Legislativa de São Paulo, e a próxima acontecerá na Câmara Municipal de Assis, no dia 24.
"Vamos mostrar à população os verdadeiros responsáveis pela qualidade dos serviços públicos em São Paulo. Não concordarmos com reajuste de 5% que não repõe as perdas inflacionarias, queremos discutir os 47% de perdas acumuladas em nossos salários. Queremos também tratar o vergonhoso tíquete alimentação de R$ 12 reais pago por dias úteis trabalhados, o concurso de promoção para trabalhadores e trabalhadoras de autarquias, o investimento nos servidores do IAMSPE, a questão das privatizações como estão sendo feitas e somente de forma unida vamos vencer", definiu.