Pessoas com transtornos psicológicos sofrerão mais com a quarentena. O que fazer?
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    Pessoas com transtornos psicológicos sofrerão mais com a quarentena. O que fazer?
    Autor: Alexandre Senna
    26/03/2020

    A quarentena não é férias, ao contrário para muitos é um momento de estresse. Pessoas com transtornos psicológicos como hipocondria, fobias, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), a depressão, síndrome do pânico e transtornos de ansiedade em geral podem sofrer ainda mais.
     
    Toda a crise resultado da pandemia de Coronavírus se espalha entre as pessoas e provoca fortes sentimentos. As tensões podem ampliar e gerar novos comportamentos compulsivos. A necessidade de prevenção ao Covid-19 pode funcionar como justificativa para tais hábitos.
     
    Vivemos um momento de transtorno social, ou seja, um sentimento coletivo que atinge toda a sociedade de diferentes formas. E, mais uma vez, o caminho para enfrentarmos isso é coletivo. Cada um precisa redobrar os cuidados sobre si, mas precisamos também formar redes de solidariedade e ajudar uns aos outros.
     
    Uma boa ação é obter e compartilhar informações de qualidade, que possam contribuir com a saúde individual e coletiva. Para isso, organizamos um conjunto de sugestões elaboradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por especialistas:

    1 - Quem já tem o diagnóstico de algum transtorno psicológico não deve interromper o tratamento, precisa aceitar que enfrentará uma situação de estresse e, portanto, se preparar para tal;

    2 - Manter o corpo e mente em atividade, fazer exercícios em casa (com moderação), manter a casa arejada e iluminada, tomar sol na varanda, no quintal ou na janela;

    3 - Buscar fazer coisas agradáveis em casa, como ler um livro, ouvir músicas, assistir filmes e séries preferidas, cozinhar as receitas preferidas. Realizar técnicas de relaxamento e construir situações para o descanso da mente;

    4 - Manter uma rede de amigos e familiares, falando com todos pelos meios digitais, se possível usando programas com imagem para poder ver as pessoas que gosta, procurando assuntos agradáveis e até jogos coletivos pela internet. Troque recomendações sobre filmes e músicas com seus amigos, crie atividades em conjunto;

    5 - Sempre falar sobre seus sentimentos e compartilhar os problemas e as dificuldades da quarentena;

    6 - Evitar o excesso de informações sobre a pandemia, isso pode ampliar a ansiedade. Não repassar fake news e evitar listas e grupos de WhatsApp que só falem sobre o Coronavírus;

    7 - Criar rotinas em casa ajuda a se sentir mais seguro, estabelecer uma agenda semanal de coisas que deseja fazer, estabelecer os horários de trabalho, de repouso, de relaxamento e de atividades com a família e amigos;

    8 - Aos que conseguem trabalhar em casa, limitar a jornada fazer pausas e não trabalhar demais;

    9 - Quem tem crianças e/ou idosos em casa, sempre conversar com todos sobre os sentimentos, explicar o que está acontecendo e tentar desenvolver atividades em conjunto;

    10 - Não exagere na limpeza da casa, mas transforme os trabalhos domésticos em atividades familiares onde todos se envolvam e busque que sejam as mais prazerosas possíveis;

    11 - É fundamental manter a higiene pessoal, mas buscando não exagerar e formar hábitos compulsivos;

    12 - Em caso de depressão ou surtos, procure ajuda de amigos, familiares ou dos serviços de saúde. Em situações extremas, vá para casa de um amigo próximo e de confiança ou de familiares. Não fique sozinho e não se deixe consumir pela solidão.
     
    Estão se formando redes de solidariedade, profissionais da saúde como psicólogos podem atender pela internet. Ajude os outros e peça ajuda.
     
    *Alexandre Senna, secretário de comunicação e imprensa do SindSaúde-SP