Artigo
O Conselho Municipal de Saúde Campinas publicou uma moção de repúdio, no último dia 11 de agosto, contra o fim da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e outras autarquias incluídas na Lei 17.293, de 16 de outubro de 2020 (para acessar a íntegra do documento, clique aqui).
A atitude do CMS é extremamente bem-vinda, pois expõe a gravidade que a extinção da Sucen representará às trabalhadoras e aos trabalhadores, especialmente aquelas(es) contratados via PPI (Programação de Pactuação Integrada), um mecanismo importante dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) para viabilizar ações dentro do sistema.
Além disso, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Sucen ao longo dos anos é de suma importância aos municípios com até 50 mil habitantes no controle de doenças endêmicas, principalmente os da região de Campinas, onde surtos de doenças como dengue e febre Chikungunya são constantes e preocupantes.
A Sucen desenvolve um trabalho de educação, pesquisa, e possui infraestrutura correta, mas com valores exorbitantes. Apesar disso, são muito importantes para o trabalho de controle de vetores, ferramentas que esses municípios, especialmente neste momento de crise econômica que vivemos, não têm condições de arcar.
O que diz o documento
Assim como o SindSaúde-SP, o CMS de Campinas cobra do governo estadual uma resposta clara a respeito do futuro desses(as) trabalhadores(as). O SindSaúde-SP participou recentemente de reunião com a superintendência da Sucen e o resultado do encontro pode ser conferido aqui.
Trecho da moção de repúdio diz que “o governo estadual, por várias, vezes já demonstrou o seu desprezo pelo papel do estado nas suas várias dimensões, não só na Saúde, mas para com o cuidado como um todo com a vida dos moradores(as) do estado de São Paulo. Agora investe com mais uma maldade contra a prevenção de doenças e contra os(as) trabalhadores(as) que aí ganham seu pão, ampliando sua política de morte, combinada à do governo federal, ao decretar o fim da Superintendia de Controle de Endemias (Sucen)”.
O documento prossegue dizendo que o documento é “em solidaridade aos(às) trabalhadores(às) do órgão, que irão compor a estatísticas dos(as) milhões de desempregados(as) no país”, mas, também, “em solidariedade ao povo de São Paulo, sujeito a mais riscos com o desmonte do pouco de estado de bem-estar que temos”.
O SindSaúde-SP agradece ao CMS Campinas por apoio à nossa luta em defesa das trabalhadoras e trabalhadores da Sucen e espera que o governo do estado de São Paulo se sensibilize com o momento pelo qual o país atravessa e busque a melhor solução, tanto para o futuro desses(as) trabalhadores(as) quanto para os municípios.
Juntos somos mais fortes!