Artigo
A cidade de São Paulo amanheceu com uma greve de trabalhadores e trabalhadoras do Metrô, da CPTM e da Sabesp. Isso você já sabe. Sempre bom lembrar que quem faz greve são as pessoas e não máquinas, porque com a vida que levamos, muitos de nós tendem a desumanizar as relações.
Desta vez, ao menos a grande mídia, em boa parte, expôs qual a razão dessa luta: o combate à terceirização de serviços essenciais à cidade. Porém, endossou o discurso de que a paralisação serve apenas para atrapalhar a vida dos cidadãos e cidadãs.
Será?
Quem utilizava a Linha 9-Esmeralda da CPTM, por exemplo, é unânime ao dizer como os serviços pioraram muito após a entrega ao setor privado. A explicação é fácil, o objetivo de qualquer empresa é o lucro, não o bem-estar dos moradores da cidade, obrigação que cabe ao Estado.
Para piorar, quando não há um governo comprometido com a população e que ao menos fiscalize e imponha sanções efetivas, a situação se torna dramática.
Ao transportamos esse cenário para o setor da saúde, temos uma situação idêntica. Trabalhadores desvalorizados, falta de investimento em concursos públicos e em estrutura das unidades de saúde para melhorar o atendimento. Tudo com o objetivo de sucatear os serviços e justificar a entrega da gestão a Organizações Sociais (OSs).
Desde o início do ano, seguimos em busca de negociação com o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre nossa campanha salarial e não obtivemos avanços concretos. Apesar da fala mansa que tenta vender, o governador segue o mesmo modelo dos antecessores do PSDB, de não atendimento a quem atende à população.
Por isso, a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Metrô, da CPTM e da Sabesp também é nossa e de cada pessoa que defenda serviços públicos dignos e de qualidade.