Insegurança, medo, sobrecarga e desalento. Infelizmente, esses são alguns dos sentimentos presentes na vida dos profissionais de saúde e dos pacientes atendidos no Complexo Hospitalar Heliópolis, um importante equipamento de saúde da região sudeste da capital paulista. 

O descaso do governo do estado de São Paulo com a unidade, com a população que depende do serviço e com os trabalhadores, resulta em insegurança. 

Usuários e trabalhadores convivem com o medo de roubos no estacionamento, que é mal iluminado, dando condições aos marginais abordarem tranquilamente quem passa por ali. Dentro do hospital, os trabalhadores têm seus pertences furtados, enquanto estão prestando atendimento.

Gilvânia Santana é diretora regional do SindSaúde-SP

 Em vez de melhorar a estrutura e ampliar a segurança, que é terceirizada e possui número reduzido de profissionais, vimos as portas corta-fogo serem bloqueadas. Aumentando ainda mais os riscos de quem está lá dentro, lidando com a vida e a morte, sarando feridas, curando doenças, trabalhando sobrecarregado e sem as devidas condições necessárias. 

O SindSaúde-SP já fez várias denúncias e dossiês sobre esse e demais problemas estruturais e a necessidade de mudança e de manutenção no Heliópolis. Solicitamos a intervenção da Secretaria de Estado da Saúde, do Conselho Estadual de Saúde e pedidos ajuda dos deputados da Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). 

Mas enquanto o auxílio das autoridades não chega e a situação do hospital continua precária, tivemos que lidar com um incêndio no segundo andar. Se não fosse a atuação da brigada, composta por trabalhadores e trabalhadoras, a tragédia poderia ter adquirido proporções imensuráveis. Somente após esse triste “incidente”, que as portas corta-fogo foram reabertas. 

Ainda assim, a direção do hospital não negocia, já pedimos diversas reuniões nos últimos anos e seguimos sem resposta. Não sabemos por quanto tempo os profissionais irão aguentar essa situação, colocando suas vidas em risco dentro e fora da unidade.

Queremos e exigimos segurança no Hospital do Heliópolis para fazer uma assistência à saúde de qualidade.

*Gilvânia Santana é diretora da região ABC/Mauá e responsável do SindSaúde-SP pelo Hospital Heliópolis