Incompetência do Seconci em Sorocaba deixa profissionais da saúde novamente sem uniforme
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    10/04/2025



    Quase 15 dias após o SindSaúde-SP denunciar que trabalhadoras e trabalhadores da saúde não conseguiam acessar os postos de trabalho por conta da ausência de uniformes, o problema persiste no Conjunto Hospitalar Sorocaba (CHS).

    Nessa quarta-feira (10), voltou a faltar itens do vestuário, o que atrasou o atendimento na unidade. O uniforme só foi entregue às 8 horas, uma hora após a troca do plantão.  

    A orientação do SindSaúde-SP é que nenhum profissional comece a trabalhar sem que o Seconci, Organização Social que recebe recursos públicos para administrar o CHS, cumpra com a obrigação de fornecer o material necessário para a atividade, conforme reforça a diretora do sindicato da região de Sorocaba, Cíntia Lopes.

    “Os armários onde são guardados os uniformes privativos para ter acesso ao centro cirúrgico, de esterilização e centro obstétrico estavam vazios e nós avisamos a chefia que só iríamos entrar quando houvesse roupa. Só não foram suspensas cirurgias porque acabaram usando material descartável”, explica. 

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    Seconci promove o caos

    Apesar do prejuízo e símbolo da gestão precária da empresa, a falta de uniformes é um dos menores problemas. Segundo o SindSaúde-SP constatou, há máquinas do centro de material e esterilização com vazamento. Algumas são temporariamente consertadas, mas sem solução definitiva, voltam a apresentar defeito e atrapalham na desinfecção de materiais cirúrgicos, roupas e todos os demais materiais para o hospital. 

    Outra questão é a falta de leitos no local. No dia 28 de março, seis médicas assinaram um ofício à Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, na qual informam que não há mais capacidade de atendimento na maternidade. 

    As trabalhadoras apontaram que faltam vagas na Recuperação Pós-anestésica, no Pré-parto e na Enfermaria e que não há espaço físico para acomodar qualquer outra usuária da obstetrícia e ginecologia. Além disso, informam que a UTI/UCI (Unidade de Terapia Intensiva/ Unidade de Cuidados Intensivos) neonatal também está superlotada e solicitam que os pacientes sejam referenciados para outros hospitais que não essa maternidade. 

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    Sem resposta à violência 

    Não bastassem essas questões, no último dia 25, o sindicato e organizações do movimento sindical e sociais realizaram um ato contra a violência da qual a diretora Cíntia Lopes foi vítima. Em 11 de março, o gerente-executivo da Seconci, Bruno Toldo, foi abordado por um grupo de trabalhadores(as) públicos para falar sobre uma decisão administrativa e a dirigente foi recebida aos gritos, além de ter o braço seguro e ser empurrada. 

    A postura não é inédita. Toldo é conhecido pelos profissionais por sua postura truculenta que, desta vez, chegou às vias físicas. 

    Cíntia destaca que ainda não houve resposta da direção da Seconci sobre o caso. A dirigente reivindicou uma reunião com a direção da OS, que se limitou a responder por e-mail que a solicitação havia sido encaminhada ao departamento jurídico para apreciação. 

    Diante dos ocorridos, o SindSaúde-SP tem cobrado uma auditoria na Comissão de Finanças da Alesp sobre o contrato da Seconci e verificar por que faltam insumos se dinheiro público está sendo repassado e sobra incompetência, inclusive na gestão de pessoal.