Centrais olham para o futuro sem esquecer governo tucano
Autor: Rede Brasil Atual
01/06/2010
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As cinco centrais sindicais aprovaram na tarde desta terça-feira (1º), no estádio do Pacaembu, as reivindicações que serão levadas aos candidatos à Presidência da República.
São 249 propostas, divididas em seis pontos (crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno; valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social; Estado como promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental; democracia com efetiva participação popular; soberania e integração internacional; e direitos sindicais e negociação coletiva).
Mas além de olhar para o futuro, os participantes da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora também aproveitaram para defender o atual governo Lula e lembrar do passado, seja para lembrar do 1º Conclat em 1981 ou criticar o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) e seu modelo de neoliberalismo implantado no período.
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, "a união das centrais é histório. Agora os trabalhadores participam e são ouvidos pelo governo e por isso conquistamos itens como a valorização do salário mínimo e redução na tabela do imposto de renda. O governo anterior e mesmo o de São Paulo têm visões preconceituosas do movimento sindical. Éramos (e somos) recebidos com a polícia e a tropa de choque."
O presidente nacional do PCdoB, Renato Rebelo, classificou o encontro como "o tempo em que os trabalhadores podem se reunir neste estádio, para defender os mesmos pontos de vista e a mesma plataforma", disse, seguido pelo mesmo tom da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP): "Agora os trabalhadores podem influenciar nas decisões políticas."
Já o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, comparou a mudança de postura da política brasileira no exterior. "Antes éramos chamados a outros países para falar sobre o neoliberalismo. Agora, falamos das conquistas dos trabalhadores e da nossa participação na vida política." Para ele, no próximo governo será necessário caminhar para uma redução mais forte das desigualdades salariais.
"O atual governo foi positivo ao dar espaço aos movimentos sociais. Não há como comparar os dois governos. O anterior foi o da repressão, foi o que há de pior na política neoliberal", acusou o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues. No entanto, ele também não poupou o governo Lula. "Não conseguimos tantos avanços quando esperávamos. E ficou comprovado que o investimento no agronegócio é seis vezes maior que o da agricultura familiar", disse, cobrando do próximo governo desapropriações de latifúncios improdutivos e aumento na distribuição do crédito para pequenos produtores.
Além da CUT, Força Sindical e CTB, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) também protagonizam o evento. A única das centrais reconhecidas que fica de fora é a União Geral dos Trabalhadores (UGT), por ter dirigentes ligados ao DEM e ao PPS – aliados da pré-candidatura de José Serra (PSDB) – em seus quadros e não ter posição unitária para a eleição presidencial.
O dia
A assembleia no Pacaembu começou pela manhã com uma leve garoa no Pacaembu. Aos poucos os trabalhadores foram chegando ao estádio e se acomodando nas arquibancadas, já que o gramado estava com acesso restrito.
A CUT levou a maior delegação, tomando conta da arquibancada do setor laranja do estádio.
João Peres – Suzana Vier
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