VI Congresso da CNQ-CUT
Autor: CNQ-CUT
30/06/2010
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O VI Congresso da CNQ-CUT reiniciou suas discussões na manhã desta terça-feira, dia 29 de junho, com a leitura, discussão e votação da proposta de regimento interno do encontro. Logo em seguida, passou-se a exposição sobre a análise da conjuntura.
O vice-presidente da CUT Nacional, José Lopez Feijóo, contou que esteve na Espanha e Portugal em reuniões com dirigentes sindicais daqueles países, quando explodiu a crise econômica da Grécia. "Num primeiro momento, a Comunidade Econômica Européia aprovou um pacote de auxílio aos países para combater a crise. Após esse anúncio, os países começaram a programar ajustes, com cortes na área de saúde, trabalhista, etc, o que vem resultando numa onda de protestos e greves dos trabalhadores na Europa", explica o dirigente cutista.
"A contrapartida desse socorro da União Européia é que os estados têm de fazer reajustes. A brecha que se abriu para controlar o sistema financeiro está se perdendo", destaca Feijóo. Ele salientou ainda que a "crise tem uma segunda etapa, por conta do socorro que foi dado ao sistema financeiro e essa conta irá bater nas costas da classe trabalhadora que já pagou uma alta conta com os grandes índices de desemprego na primeira etapa da crise".
Ainda analisando o cenário internacional, o vice-presidente da CUT observa uma realocação de poder e governança mundial com o G-7 perdendo o poder para o G-20. "O G-20 tende a ser no futuro um fórum insuficiente, é preciso uma reforma dos organismos multilaterais, sobretudo, da ONU, que hoje não tem força alguma de ação, submissa às decisões das grandes potencias".
A situação no Brasil
"O movimento sindical brasileiro ressurge no final dos anos 70, exigindo que os sindicatos tivessem poder de negociação e protestando contra a política vigente de arrocho salarial. Essa luta unificou-se com as ações dos vários movimentos sociais da época e da evolução desse processo de lutas surge a CUT. A Central nasce questionando a estrutura sindical vigente", relembra Feijóo.
"Apesar das dificuldades e da permanência ainda da estrutura sindical viciada, logramos algumas vitórias importantes nesses 30 anos de luta e elegemos um operário para presidente da República. Esse operário faz um governo que a elite odeia não pelos defeitos, mas pela qualidade, pois é o melhor governo que este país já teve", afirma Feijóo.
Diante disso, grande parte da elite está unificada para impedir a continuidade desse projeto político que recuperou o país e vem mantendo o desenvolvimento econômico, mesmo diante das turbulências de uma das maiores crises do capitalismo.
"Fomos capazes de atravessar a maior crise do capitalismo no pior ano, gerando 1 milhão de novos postos de trabalho, enquanto no mundo inteiro o desemprego aumentava."
O dirigente da CUT salientou que os avanços obtidos a partir dos programas sociais, como o Bolsa Família e políticas públicas e de inclusão social geraram um mercado popular de massa que impediu que naufragássemos na crise. Ele destacou ainda a política de valorização permanente do salário mínimo que influiu também nas conquistas salariais das categorias dos últimos anos, com a maioria obtendo aumentos acima da inflação, e que a tendência é a de terminarmos este ano com cerca de 15 milhões de trabalhos formais.
"Falamos de um projeto democrático popular que se afirma pelo avanço da democracia e inclusão social. Um governo que não cumpriu tudo o que queremos, mas nos permite ter um processo de participação e pressão", concluiu Feijóo, ressaltando o apoio à eleição de Dilma Roussef para presidente da República.
João Caetano
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