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    Vítimas de acidentes são alvos de golpe em hospital de São Paulo
    Autor: G1
    12/11/2010

    Crédito Imagem:

    Vítimas de acidentes de trânsito estão sendo alvo do golpe do seguro obrigatório, DPVAT, dentro de um hospital, em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo. Duzentas pessoas já denunciaram o caso à polícia.

    Uma mulher, que não quer se identificar, sofreu um acidente de moto, teve o primeiro atendimento num hospital público em Mauá e, de lá, foi transferida para o hospital Pro-Vida, em São Bernardo do Campo.

    “Em momento algum eles me informaram que era particular”, conta ela.

    Logo depois de operar o tornozelo, ela assinou documentos de liberação do seguro para acidentados, a pedido de uma funcionária. “Ela falou que aquele dinheiro, o hospital estaria pegando e utilizando ele pra todo meu tratamento”.

    “Isso é pilantragem, isso não existe, não pode ser feito”. Quem explica é Leôncio de Arruda, o representante da seguradora que administra o DPVAT, o seguro de danos pessoais causados por veículos automotores.

    A taxa do seguro é recolhida por todo dono de veículo e serve para indenizar vítimas do trânsito. O reembolso de despesas médicas é de até R$ 2,7 mil. Mas não pode ser pago diretamente ao hospital.

    “Isso é proibido fazer, isso é um dolo à população. A seguradora paga diretamente ao beneficiário”, completa Leôncio de Arruda.

    Desde o ano passado, 200 pessoas procuraram a polícia para denunciar o hospital. Em todos os casos, o Ministério Público comprovou que o hospital recebia ilegalmente o dinheiro do seguro DPVAT em nome dos pacientes. E mais, segundo a investigação, em 11 casos, o hospital recebeu duas vezes pela mesma cirurgia: uma do DPVAT e outra do SUS.

    Entre os documentos apreendidos no hospital estão alguns assinados em branco em que o segurado abre mão do seguro.

    Uma mulher conta que, dentro do próprio hospital, foi abordada por um corretor de seguros, enquanto o pai, vítima de atropelamento, era operado.

    “Ele queria que a gente assinasse uma procuração pra ele receber tudo e pediu 25% pra ele. Só que aí a gente foi se informar, viu que o DPVAT não tem intermediação e que realmente era um golpe”.

    Sem saber que a conversa estava sendo gravada, uma funcionária do hospital falou sobre o atendimento: “Nós trabalhamos aqui, fazemos cirurgia pelo DPVAT neste hospital. Porque o seguro, o DPVAT, é um convênio, então ele vai internar aqui como um conveniado. A gente recebe o paciente, faz a cirurgia, manda pro DPVAT, o DPVAT que vai ressarcir as custas médicas”.

    O dono do Pro-Vida e mais três pessoas respondem a processo por estelionato, formação de quadrilha e crime contra o consumidor. Quanto ao hospital, a promotoria só vê uma saída.

    “Ele precisa ser fechado para que as fraudes terminem. As pessoas são levadas lá. Elas não escolhem o hospital e ao serem levadas e estarem numa situação de extrema dor, elas acabam anuindo com tudo”, afirmou a promotora de Justiça Eliana Vendramini.

    Foi o que aconteceu com o pai de Silvio. “Ele estava abalado, tinha sofrido um acidente, depois de 24 horas ainda não tinha passado por cirurgia. Você vê a situação que ele estava. Então, qualquer papel que levasse para ele, ele assinaria”, disse Silvio Rodrigues, filho do paciente.

    O advogado do hospital negou todas as acusações. O Tribunal de Justiça informou que o pedido de fechamento definitivo deve ser feito em ação cível, depois do julgamento do processo contra o dono do hospital.

    http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/11/vitimas-de-acidentes-sao-alvos-de-golpe-em-hospital-de-sao-paulo.html









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