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    Pacientes pedem socorro pela janela de hospital no interior de São Paulo
    Autor: TV Globo Bom Dia Brasil
    09/02/2011

    Crédito Imagem:

    Um hospital de referência é aquele para onde pacientes graves de certa região são encaminhados. Foi para lá que a equipe de reportagem do Bom Dia Brasil também se encaminhou para investigar uma denúncia: a situação terrível de um desses hospitais.

    É o Hospital Regional de Sorocaba, uma importante cidade do interior de São Paulo, região de agronegócio – portanto, com dinheiro. Mas o que se encontrou no hospital, que é referência para 48 municípios, foi uma situação miserável.

    Não é preciso entrar no hospital para perceber os sinais de reprovação. Da janela, os pacientes pedem socorro. Um senhor de 79 anos foi atropelado no fim de 2010. Fraturou um dos braços e a perna. Somente duas semanas depois, os médicos descobriram que ele estava com cinco costelas quebradas.

    “Primeiro falaram que ele estava com pneumonia. Daí disseram que ele estava com um coágulo no pulmão. Aí depois de 15 dias descobriu que não era coágulo, não era pneumonia. Era a costela quebrada que estava apertando o pulmão”, lembra a filha do idoso.

    Segundo a família, o idoso passou mais de um mês com o mesmo curativo no braço. A filha dele conta que um dos médicos confirmou que a medicação estava errada.

    “Não posso falar que é culpa ‘desse’, não tem nenhum médico responsável por ninguém aqui. Eu estava me sentindo dentro do hospital desprotegida, sem ter para quem recorrer. É um descaso. Seu pai ali do seu lado e você não pode fazer nada”, protesta a filha.

    Essa é a realidade de milhares de pacientes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, que é referência no interior de São Paulo. Por dia, passam por lá três mil pessoas de 48 cidades. Um dos setores mais sobrecarregados é o da ortopedia, foi onde a equipe de reportagem do Bom Dia Brasil constatou a falta de condições básicas para os pacientes.

    A espera é em quartos superlotados. Por falta de leitos, os pacientes ficam em macas. No banheiro masculino, vasos sanitários estão quebrados e faltam azulejos. As paredes estão cheias de infiltrações. A madeira das portas apodreceu. Faltam chuveiros e cuidados com a higiene. Em um dos maiores hospitais de São Paulo, há cestos abarrotados de lixo e restos de curativos descartados de qualquer jeito.

    A direção do hospital reconhece os problemas. Diz que tem um dos maiores orçamentos do estado – mais de R$ 130 milhões por ano –, mas que não tem como fazer todas as obras necessárias.

    “Não gosto do que eu vejo, mas infelizmente não posso parar o hospital e fechar o hospital para tomar uma medida dessa natureza. Eu tenho de tomar uma medida em partes. Não recebo colaboração de nenhum outro hospital, nem da cidade, nem da região. Praticamente, eu tenho de dar conta de tudo”, afirma o diretor do conjunto hospitalar, Antônio Carlos Nasi.

    Nesse mesmo hospital, pacientes com câncer eram dispensados das consultas marcadas há meses porque os prontuários estavam trancados em armários quebrados. O problema dos armários foi resolvido, mas só ele.

    O diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina, João Márcio Garcia, nega qualquer irregularidade na equipe médica do conjunto hospitalar. Trabalhar nessas condições é mesmo muito difícil, porém é difícil entender como os médicos não perceberam que o paciente tinha cinco costelas quebradas.

    Confira no Bom Dia Brasil http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/02/pacientes-pedem-socorro-pela-janela-de-hospital-no-interior-de-sao-paulo.html









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