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    Falta até lençol no PS do Mandaqui
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    31/12/1969

    Crédito Imagem:

    Funcionários pintam recepção e salas antes da visita de Alckmin e de secretário, hoje

    LUCIANA MIRANDA

    O espaço é apertado. O ambiente, abafado. Na enfermaria do Pronto-Socorro do Hospital do Mandaqui, zona norte, há pouco espaço entre uma maca e outra. Na sala de observação, os pacientes são atendidos em cadeiras de dentista. Elas estão com o estofamento estragado, deixando a espuma aparecer. E na unidade de cuidados semi-intensivos, que deveria permanecer climatizada o tempo todo, o calor é forte, denunciando a falta de ventilação artificial.

    Esta semana, funcionários notaram uma movimentação diferente no hospital: a recepção e algumas salas foram pintadas. Hoje à noite, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas, estarão no complexo para abrir um programa de treinamento em medicina chinesa para médicos da rede estadual.

    Deficiências - Pelo menos mil pessoas são atendidas diariamente no PS. Outras mil passam por consultas no ambulatório.

    Mas, inaugurado há 65 anos, o Hospital do Mandaqui enfrenta diversos problemas de infra-estrutura.

    Uma das três antigas máquinas automáticas da lavanderia está quebrada. Para dar conta das 2,4 toneladas diárias de roupa suja, os funcionários se desdobram, sem muito sucesso. Enfermeiras reclamam que falta roupa limpa nas enfermarias.

    "Enquanto minha tia ficou internada no PS do Mandaqui no mês passado, levamos mantas e camisola para ela", conta Orlando Maretti, de 58 anos. "Nos três dias de internação, não houve troca de lençóis do leito." Durante esse período, Maretti não viu nenhuma faxineira limpando as dependências do pronto-socorro. "Os banheiros para visitas estavam muito sujos."

    Funcionários da instituição afirmam que das dez ambulâncias só três estão em condições de uso. As outras permanecem encostadas num galpão por falta de manutenção.

    O número de kits para realizar exames de laboratório é insuficiente para atender toda a demanda. Quem procura o hospital só consegue marcar a coleta do exame para dezembro. "Podemos colher exames de 30 pacientes de ambulatório por dia", conta uma funcionária. Para urgências e pacientes internados, não há limitações.

    Segundo o diretor do hospital, Ricardo Tardelli, a compra dos kits para exames é feita por contrato, que está desatualizado. "Estamos fazendo outra licitação para atualizar o número de kits comprados."

    Sobre os problemas de infra-estrutura do complexo, Tardelli diz que os prédios da instituição serão reformados. A previsão é de que a obra esteja concluída até o fim de 2004.

    Ainda este mês, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado (Sindsaúde) vai entregar à Secretaria de Estado da Saúde um dossiê sobre a situação do Mandaqui e outros hospitais da rede.

    Fonte: Luciana Miranda - O Estado de S. Paulo









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