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    Delegado critifca omissão do governo estadual e é punido
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    31/12/1969

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    Indignado com a fuga de 15 dos 163 presos que se amontoavam em nove xadrezes da Cadeia Pública de Diadema (ABC), o diretor do local, delegado João Alves de Almeida, 45 anos, criticou duramente, em entrevista ao Agora, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e os secretários Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança Pública) e Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária).
    Minutos depois de saber das declarações do delegado Almeida, Abreu Filho e o diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), Nelson Guimarães, chefes do delegado, o afastaram do cargo de diretor da prisão e o passaram para um posto de assistente na delegacia seccional local. "Ele [Almeida] está muito estressado e foi injusto ao falar assim do doutor Saulo. Por isso, vai passar por um remanejamento administrativo. Não é uma punição", disse Guimarães.
    Abreu Filho e Furukawa foram chamados pelo delegado Almeida de "príncipes"; Alckmin, de "rei". "Eles estão descumprindo uma decisão judicial, por isso os classifico assim", afirmou Almeida.
    Segundo o delegado, Alckmin, Abreu Filho e Furukawa "sentem-se semideuses" porque desde 17 de dezembro uma decisão judicial determinou que a cadeia fosse interditada por problemas graves, mas, mesmo assim, o local continua recebendo presos.
    Os problemas na cadeia de Diadema são tantos que, há mais de seis meses, os presos circulam, dia e noite, pelo pátio interno e não são trancados nos xadrezes -eles não têm mais grades, arrancadas durante uma das muitas rebeliões, assim como nas diversas fugas. Há também remendos nas paredes, e o chão ameaça afundar por causa dos vários túneis cavados. Na fuga de ontem, os presos fizeram um buraco no teto e escaparam pelos fundos da cadeia. Nenhum foi recapturado.
    A juíza Cláudia Faria deu um prazo de 90 dias para que a cadeia, onde cabem 60 presos, fosse totalmente esvaziada, mas, ainda segundo Almeida, o que ocorre é o contrário: "Presos em flagrante continuam vindo para cá".
    O delegado conta que, quando consegue vaga em penitenciárias do interior, tentando dessa forma esvaziar a cadeia, enfrenta outra dificuldade: não tem dinheiro para colocar combustível nos carros que vão transferir os detentos e nem para que os policiais possam almoçar na estrada.

    Fonte: André Caramante e FA - Agora S. Paulo











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