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    Reajustes salariais no primeiro semestre são os melhores desde 1996
    Autor: CLÁUDI ROLLI - FOLHA DE S. PAULO
    19/08/2004

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    Os reajustes salariais negociados no primeiro semestre deste ano tiveram o melhor resultado desde 1996. Levantamento nacional do Dieese mostra que 79% dos acordos coletivos firmados de janeiro a junho deste ano tiveram reajustes iguais ou superiores à inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE nos 12 meses anteriores a cada data-base.



    Dos 264 acordos analisados no primeiro semestre deste ano, 56 (ou 21%) não conseguiram repor a inflação. Os trabalhadores receberam reajustes acima do INPC em 124 acordos (47%). Em 84 outros acordos -ou 32%-, os reajustes foram iguais à inflação.


    Para fazer o levantamento, o Dieese compara os reajustes com a inflação pelo INPC porque esse é o indicador mais usado nas negociações salariais, além de servir de referência para reajustar o salário mínimo e as aposentadorias.


    A instituição não divulga o número de trabalhadores incluídos no estudo, mas informa que a amostra é significativa.
    No primeiro semestre de 2003, apenas em 46% dos acordos os trabalhadores haviam conseguido recuperar a inflação ou obter aumento real. De acordo com o Dieese, esse foi o pior desempenho para o período desde o Plano Real, quando o governo encerrou a política que garantia a reposição automática da inflação.


    "Apesar de as amostras não serem fixas [149 acordos e convenções coletivas foram analisados de janeiro a junho de 2003, ante 264 em igual período deste ano], pode-se dizer que esse é um dos melhores resultados obtidos nas negociações salariais", afirma Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese.


    Em 2000, considerado um dos melhores anos para as negociações, 68% dos reajustes firmados no primeiro semestre haviam sido iguais ou superiores à inflação.


    Na avaliação de técnicos do Dieese, inflação sob controle, juros menores, aumento do emprego e melhora de vários indicadores da economia -principalmente da indústria e do comércio- foram determinantes nas negociações salariais.


    "O cenário econômico foi mais favorável, e o mercado de trabalho já melhorou. Isso facilita as negociações entre sindicatos e empresários porque a luta pelo emprego dá lugar à luta pelos salários", diz Lúcio.
    Para José Silvestre de Oliveira, economista e técnico do Dieese, "é mais fácil negociar quando a inflação está entre 5% e 10% do que entre 15% e 20%, como ocorreu no ano passado".


    No levantamento divulgado ontem, durante o lançamento da "Revista do Dieese" em São Paulo, a instituição informou que os reajustes no setor industrial tiveram o melhor desempenho. Segundo os especialistas, o resultado justifica-se pelo crescimento do setor -de 7,7% no primeiro semestre do ano.


    O estudo também aponta mudanças na forma de pagar os reajustes. No ano passado, mais de 30% foram pagos em parcelas. De janeiro a junho deste ano, esse percentual caiu para 9,5%.










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