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    Terceirização pode chegar ao Hospital de Guaianazes, diz governador
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    21/09/2004

    Crédito Imagem:

    Declaração foi dada em cerimônia de terceirização do Luzia de Pinho Mello. O PSDB aperta o cerco ao serviço público.

    Os trabalhadores do Hospital Geral de Guaianazes em breve estarão enfrentando um novo e importante desafio. O governo do Estado de São Paulo, do PSDB, planeja implementar uma terceirização generalizada em nosso hospital, que vai afetar negativamente nossa rotina de trabalho e o atendimento aos pacientes.

    O plano do governo é entregar a administração do Guaianazes a uma entidade que não faz parte da estrutura do Estado. Isso foi dito pelo próprio governador Alckmin, em cerimônia que celebrou a terceirização do Hospital Luzia de Pinho Mello, duas semanas atrás. O nome da entidade ainda não foi divulgado, mas a história é bastante conhecida, pois já acontece em outros hospitais da rede pública estadual.

    O caso mais recente é o do Luzia de Pinho Mello, de Mogi das Cruzes. Lá, o hospital foi repassado para a Universidade Federal de São Paulo, que agora dá as cartas naquele hospital. O dinheiro continua sendo público, aquele que sai de nossos bolsos na forma de imposto. Mas a forma como o hospital é usado, nem tanto. Veja o que está acontecendo por lá e o que pode acontecer por aqui também.

     Trabalhadores são descartados: todos os administrativos e o pessoal do laboratório foram “convidados” a se retirar. Alguns estão sendo enviados para outros lugares e outros simplesmente estão “à disposição”, sem saber qual futuro os aguarda. Depois de vários anos de dedicação, são descartados para dar lugar ao pessoal que a universidade quer trazer, sem concurso nem nada.
     O paciente é escolhido antes de entrar no hospital: todo mundo paga imposto para manter o hospital, mas nem todo mundo pode usar. É isso mesmo: pelo contrato estabelecido com o governo estadual, o novo gestor do hospital já determinou uma série de condições para o atendimento. No segundo andar do Luzia, por exemplo, só podem ser atendidos pacientes crônicos em estado terminal estável (aqueles que poderiam ir pra casa). Mesmo que nesse segundo andar haja leitos disponíveis, um outro tipo de paciente não entra, não importando qual o estado de saúde.
     Só a grana interessa: esse tipo de contrato é semelhante ao estabelecido com as Organizações Sociais, que já chegam a 16 em todo o Estado. Para eles, tudo é número. Antes de começar a funcionar, o hospital estabelece metas de desempenho, como se fosse uma empresa com fins lucrativos. Para atingir a meta, o hospital limita o número de pacientes que podem ser atendidos ao mesmo tempo. Assim, se o hospital estabelece que só atende 50 pessoas por vez, o 51º que chegar não entra, mesmo que estiver baleado, atropelado ou tendo um ataque do coração. Algo como “vai procurar sua turma”. Tem mais: se acabar a grana que o governo repassa, esses hospitais suspendem novos atendimentos. Isso é verdade, o Sindicato tem documentos que comprovam isso.
     Fazem o que der na telha: depois da parceria firmada, a entidade que ganhar o hospital de presente não precisa dar satisfações a ninguém. Para fazer compras, não é necessário abrir licitação. Não há conselho gestor com participação da comunidade. Não há fiscalização que mereça esse nome, já que os apadrinhados só precisam conversar com o governador e sua turma. É farra com dinheiro público.
    Esse é o projeto do governo estadual para a Saúde: privatizações disfarçadas com dinheiro público. Transformar a rede em um grande negócio.

    Os próximos hospitais a ser atingidos poderão ser o Ferraz de Vasconcelos e o Guaianazes. Precisamos nos organizar para reverter a situação. Faremos debates a respeito.









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