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    Prefeitura de SP prioriza o social, diz Emir Sader
    Autor: EMIR SADER - AGÊNCIA CARTA MAIOR
    28/09/2004

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    É ali que se encontra o conjunto melhor realizado de políticas sociais de caráter universal, que colocam em prática o que de melhor o PT acumulou em sua história. A decisão que os paulistanos tomarão esta semana é entre a continuidade de administrações que governaram para a reprodução dos privilégios das elites ou a de um processo de distribuição de renda e de socialização de direitos.



    A luta contra o neoliberalismo é a luta pela prioridade do social contra a ditadura do econômico-financeiro. É a luta pela universalização dos direitos contra as “oportunidades do mercado”.
    Lula teve o apoio da esquerda nas eleições de 2002 porque prometia a prioridade do social. Perdeu esse apoio quando manteve a ditadura dos ministérios sociais e do Banco Central, em particular, sem promover a prioridade do social. Com isso refortaleceu a direita, desarmou a esquerda e perpetua a hegemonia do capital especulativo.

    No entanto, é em governos municipais que a prioridade das políticas sociais encontra sua realização concreta – em governos como os de Porto Alegre, de Recife, de Belém, de Belo Horizonte, para citar apenas alguns casos mais conhecidos. Mas é em São Paulo que se encontra o conjunto melhor realizado de políticas sociais de caráter universal, aquelas que colocam em prática o que de melhor o PT acumulou ao longo de sua história.

    Sob a responsabilidade de secretários como Marcio Pochman, Aldaisa Sposatti, Maria Aparecida Perez, entre outros, podemos encontrar as políticas que o PT prometeu realizar a nível nacional e não o fez até agora. São essas políticas a força do governo de Marta Suplicy, aquelas que lhe dão um corte claramente popular de apoio. É das mais longínquas periferias de São Paulo, dos setores mais carentes, que vem o melhor índice de apoio do governo municipal.

    De fato a campanha eleitoral de São Paulo ganha um caráter classista muito mais claro que em outras localidades, até mesmo pelo caráter brutalmente ofensivo da acumulação de capital, da super-exploração dos trabalhadores, da apropriação dos espaços urbanos e de todas os bens e serviços existentes na cidade. Um dos temas que une a direita – a candidatura PSDB-PFL e a do PP – é, significativamente, a promessa de diminuição dos impostos, fonte das políticas redistributivas do governo municipal, revelando como as juras de manutenção de políticas como a dos CEUS não se sustentam diante da eventual diminuição de recursos tributários prometida. Ou não cumpririam, caso se elegessem, ou fariam uma nova ofensiva – similar à que fizeram Maluf e Pitta – sobre as conquistas sociais da população pobre, para poder manter sua promessa de taxar menos a classe média e a elite paulistana.

    Em suma, a decisão que os paulistanos começam a tomar esta semana é entre dois tipos de cidade. Os dois principais candidatos opositores representam a continuidade centenária de administrações, que governou para a reprodução dos privilégios das elites paulistanas, representada na prosperidade da Avenida Paulista e dos Jardins. Enquanto que a continuidade das orientações dos últimos quatro anos, que representaram o início de um processo de distribuição de renda e de socialização de direitos, de humanização de São Paulo, representarão, pela primeira vez na sua história, uma seqüência de oito anos de políticas educacionais, de trabalho, de ação social, na contramão da hegemonia do capital financeiro – aquela que fez ascender a mais de cem as agencias bancárias na Avenida Paulista.

    A direita paulista já não é malufista, ela se tornou organicamente tucana. A frente praticamente unânime da grande imprensa paulista contra a candidata do PT e pela promoção escandalosa da campanha do candidato tucano revela suas preferências, em um clima parecido ao daquele instaurado na Venezuela contra o governo de Hugo Chávez. Esperemos que em São Paulo, como na Venezuela, o voto popular derrube essa ditadura da mídia privada e permita a continuidade da prioridade do social. Diante desse dilema, não há neutralidade, nem eqüidistância que não seja conivente com a ditadura das elites paulistanas.













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