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    Candidatura Serra tenta, na Justiça, tirar do ar a página do Sindicato
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    26/10/2004

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    Nossa página na Internet foi alvo de um ataque do PSDB. Advogados que representam a candidatura José Serra recorreram à Justiça Eleitoral para retirá-la do ar, alegando que nela existia material contrário à aspiração de transformar aquele candidato em prefeito de São Paulo. O Tribunal Regional Eleitoral foi sensato ao decidir que a veiculação de nossa página é legítima e não deveria ser proibida.

    Mesmo assim, por determinação do tribunal, notificada no último sábado, fomos obrigados a excluir da página o conteúdo de dois jornais que analisam o atual cenário político no Estado de São Paulo, com especial ênfase na gestão da Saúde pública e no relacionamento com o funcionalismo adotados pelo governo estadual.

    Entendemos como um dever de todo o sindicato sério fazer uma análise crítica daqueles que são empregadores da categoria que representa. Como trabalhadores públicos estaduais, estamos a serviço do povo, mas sujeitos às diretrizes do governador da vez. É lógico, portanto, que estejamos constantemente apontando as falhas e os desmandos que ocorrerem. Devemos isso a nossa categoria e ao povo que atendemos, ambos a carregar nos ombros o peso de decisões e estratégias equivocadas ou, para sermos mais precisos, perversas que o atual governo estadual adote.

    E não são poucos os problemas causados por uma administração que prima por esvaziar o serviço público, apostando todas as fichas nas privatizações e terceirizações. Não concordamos com a política neoliberal que está prestes a comemorar 11 anos de reinado no governo estadual. Por isso, denunciamos:

    -o salário dos trabalhadores públicos da Saúde no Estado é muito baixo. Em comparação com a mesma categoria que trabalha para a prefeitura, nossos salários são 47% inferiores;

    -o governo estadual não tem uma política estabelecida de negociação com os trabalhadores. Para conseguirmos abrir negociações com o governador ou seu secretariado, somos obrigados a fazer greve. Outra forma de relacionamento é possível, e prova disso é a existência de mesas de negociação permanente entre o governo federal e a prefeitura da Capital e seus trabalhadores, por exemplo;

    -as filas de espera para consultas simples, nos ambulatórios de hospitais administrados pelo governo estadual, são imensas;

    -levam-se meses para conseguir consultas com médicos especialistas nos hospitais estaduais. No Hospital do Mandaqui, por exemplo, algumas consultas não estão sendo marcadas nem para o ano que vem;

    -em todos os hospitais do governo do Estado faltam medicamentos, gaze, seringas, papel higiênico e outras miudezas, por pura economia ou incapacidade de planejamento e gestão;

    -a imprensa denunciou recentemente e o Ministério Público está investigando o fato de o governo estadual desviar verbas da Saúde e não cumprir a exigência constitucional de aplicar 12% de suas receitas com o setor;

    -faltam leitos e macas nesses hospitais, e por isso as pessoas ficam pelos corredores;

    -o governo Alckmin não realiza manutenção nem higienização adequadas nos equipamentos, conforme denunciado pela imprensa;

    -o material usado em cirurgias é o mais barato que se possa encontrar no mercado;

    -a tal valorização do funcionário público alardeada pelo governo estadual não passa de mote publicitário. Não há planos de carreira e os programas de formação, quando feitos, são pífios.

    A lista poderia se estender com facilidade, mas não queremos ampliar a tortura já infligida pelo estilo do governo estadual.

    É evidente que recorrer à Justiça para impedir que um sindicato cumpra seu papel social é um ato de autoritarismo, absolutamente em dissonância com as conquistas democráticas da sociedade brasileira. Isso não nos surpreende, pois conhecemos – na pele – a visão de mundo desses senhores. Mas nos indigna, sempre.









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