8 de março e 2018 de luta
Autor: Assessoria de Imprensa - SindSaúde-SP
08/03/2018
Crédito Imagem: SindSaúde-SP
Por: Secretaria de Mulheres e Secretaria de Imprensa do SindSaúde-SP
Hoje, 8 de março, dia Internacional de Luta das Mulheres, escrevo buscando diálogo com as companheiras trabalhadoras da saúde pública do Estado de São Paulo.
Nós, que em grande parcela trabalhamos em turnos irregulares, misturando tarde e noite em dias diferentes, e que ao chegar em casa temos uma nova jornada de trabalho. Para além das responsabilidades cotidianas, precisamos neste momento refletir e atuar sobre a realidade e futuro do nosso país. Então, pergunto: qual o modelo de sociedade que queremos?
Essa pergunta se coloca como eixo de debate para nosso 12º Congresso do SindSaúde-SP, e nós trabalhadoras da saúde pública estadual temos a responsabilidade de unidas apresentar contribuições para essa tese. Precisamos refletir e formular sobre a opressão de gênero que sofremos no trabalho e socialmente. Precisamos falar da importância do programa de saúde para mulher e lutar contra o desmanche do SUS. Sobretudo, precisamos compreender que o Brasil, após anos de luta para consolidação da democracia e de conquistas de direitos sociais, enfrenta um processo de ruptura democrática, acompanhada de um desmonte das políticas públicas com a extinção do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Nossos desafios são muitos, porém nossas conquistas foram fruto de muita luta. Vamos relembrar... em l908 um grupo de mulheres organizadas marcharam pelas ruas de Nova Iorque, se manifestando pela redução da jornada de trabalho, melhores salários e o direito ao voto. Em l9l0 aconteceu a Primeira Conferência Internacional da Mulher em Copenhagen. No Brasil, somente a Constituição de l988 veio garantir alguma proteção à mulher, inclusive em relação ao mercado de trabalho, reformulando o código civil de l916 que desmerecia a capacidade feminina. Não podemos deixar que anos de lutas e conquistas sejam esfacelados por um governo golpista e um congresso machista. É hora de unidade, reflexão, elaboração e ação. Com a reforma trabalhista já aprovada e risco da reforma da previdência, nós mulheres somos as principais prejudicadas.
Que esse 8 de março seja um dia inspirador a todas nós, e que como em outros momentos históricos, neste façamos a diferença. Saudações de Luta!