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    Márcio França, o Robin Hood às avessas
    Autor: 247 - Vanessa Carvalho
    11/07/2018

    Crédito Imagem: 247

    A Assembleia Legislativa tem na sua pauta o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) para o exercício de 2019. A proposta enviada pelo atual governador Marcio França não traz novidade. Mostra que ele representa a continuidade da gestão do tucano Geraldo Alckmin: austeridade, quando se trata de gastos sociais, e liberalidade, quando se trata de benefícios para grupos empresarias e setores do capital.

    A previsão de receita para 2019 é de R$ 216 bilhões. Um crescimento de 2,52% em relação ao previsto para 2018. Já as despesas do próximo ano devem ter um aumento de apenas 1,08%, sinalizando a manutenção dos cortes de investimentos. A intenção do governo estadual é gerar superávit primário superior a R$ 4 bilhões, o que representa 1,88% da receita primária.

    Áreas essenciais do governo vão registrar decréscimo em seus recursos. Na educação, cortes no transporte de alunos da educação básica (- 60%); no fornecimento de alimentação escolar para estudantes da educação básica (-18,25%); no programa Ler e Escrever (-40%); e nos recursos para ampliação da rede física escolar (-20%). A ação que sofrerá maior impacto negativo é a expansão do ensino superior e da pesquisa, com cortes integrais (100%).

    Ações governamentais na área da saúde também devem sofrer fortes decréscimos em seus recursos. A compra de mobiliário para unidades de saúde e de equipamentos médico-hospitalares terá menos 41,20% em 2019. Construção de áreas físicas da secretaria da Saúde e de novas unidades de saúde terá corte de 100%. Fabricação e distribuição de medicamentos contarão com orçamento 45,5% menor do que do ano anterior.

    A depender do governo do Estado, o déficit habitacional deve seguir sua rota de crescimento. Ações de regulamentação fundiária terão redução de 32%. Na carta de crédito e revitalização de áreas centrais o corte será de 61,29% em relação aos valores previstos na LDO do ano passado.
    Enquanto isso, a renúncia fiscal em 2019 deve superar a casa dos R$ 20 bilhões. O valor representa 36,35% a mais do que foi previsto no ano anterior (R$ 15 bilhões). A rota de crescimento das isenções e reduções da base de cálculo de impostos para alguns setores econômicos se acentuou nos últimos três anos. Em 2017, a renúncia de ICMS totalizou R$ 20,45 bilhões. Isso significa 16,04% do total da arrecadação desse tributo naquele ano, que foi de R$ 127,56 bilhões. O valor equivale ao orçamento anual da área de segurança pública, que é de R$ 20,6 bilhões.

    É preciso destacar que os valores da renúncia fiscal podem ser ainda maiores, uma vez que 16 setores beneficiados gozam de sigilo fiscal, o que impede a transparência dos mecanismos de redução da carga tributária e dos créditos outorgados a eles. Entre os setores beneficiados estão: extração mineral; setor madeireiro; captação, tratamento e distribuição de água; construção; obras de infraestrutura; transporte aquaviário; serviços financeiros; seleção, agenciamento e locação de mão de obra, entre outros.

    A nossa Bancada já cobrou do governo do Estado informações e denuncia constantemente a falta de transparência nos critérios para adoção de renúncia fiscal, sobretudo neste momento em que o Estado está contendo investimentos sociais.

    Mas o governador do São Paulo esquiva-se de fazer o debate direto, esclarecedor e continua privilegiando quem já tem mais poder e recursos, enquanto tira o básico do povo que precisa de políticas públicas, principalmente neste momento de desemprego.

    Márcio França opta por reduzir a construção de postos de saúde e a distribuição de medicamento para a população carente, ao mesmo tempo em que mantém benesses para setores não tem nenhum compromisso senão garantir mais lucro e ganhos.

    Tal como um Robin Hood às avessas, este governo com DNA tucano sacrifica as políticas que beneficiariam os trabalhadores e a classe média, para garantir mais lucros para setores privilegiados. Em breve, o povo paulista terá a chance de dar um basta a esse modelo perverso e inaugurar uma nova era em São Paulo, com um Estado que beneficie de fato a maioria da população.









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WILSONSARTORELLI 11/07/2018
Creio que a LDO é uma extensão do Orçamento Programa anual e, pelo que observei não consta nenhuma despesa com reajuste salarial. Isto significa que teremos mais um ano sem alteração em nosso mísero salário. Greves não resolvem nada, tornam-se infrutíferas e só servem para desgastar a imagem do servidor. Até quando aguentar esse descaso da administração pública?