Imagens do Trabalhador, mostra de filmes
Autor: CUT
01/06/2006
Crédito Imagem:
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Cinemateca Brasileira vão realizar uma mostra de filmes intitulada Imagens do Trabalhador. A mostra, primeira atividade conjunta entre a Cinemateca e a maior central sindical do Brasil, acontecerá entre os dias 1º e 4 de junho, na Sala Cinemateca, na capital paulista (endereço logo abaixo).
Composta por 17 filmes nacionais e estrangeiros, entre longas de ficção, documentários e curtas reunidos pela primeira vez, a mostra antecede o 9º Congresso Nacional da CUT, que será realizado entre os dias 5 e 9 de junho, também em São Paulo. Confira a programação e a sinopse dos filmes ao final desta mensagem.
O objetivo dessa atividade cultural é promover um diálogo entre o público amante de cinema e o movimento sindical. Essa troca vai permitir a descoberta ou revisão de obras importantes que têm o mundo do trabalho e o movimento sindical como protagonistas, e também uma reflexão sobre os rumos do sindicalismo nacional.
Além dos filmes programados, cuja relação e sinopses encontram-se a seguir, haverá uma mesa de debates no dia 2 de junho, a partir das 19h, com o tema A Classe Operária Ainda Vai ao Cinema?. O propósito dessa mesa de debates é analisar os rumos da produção cinematográfica brasileira e sua relação com o mundo do trabalho, sob a seguinte perspectiva: as diversas abordagens sobre o movimento sindical e o operariado no cinema, passando pelos momentos em que estes se apresentam como protagonistas, e também pelos períodos em que se colocam como elementos secundários da ação cinematográfica, em filmes que apontam para uma discussão do universo do trabalho sem que os movimentos coletivos sejam apresentados como força narrativa principal. Mudaram as opções estéticas e temáticas dos filmes sobre o trabalhador, mudou a conjuntura política ou mudou o sindicalismo?
Confirmaram presença no debate João Batista de Andrade (cineasta e secretário de Estado da Cultura de São Paulo), Giuseppe Cocco (professor-doutor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em Comunicação e Trabalho) e Renato Tapajós (cineasta).
Esclarecemos que os filmes O homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade, e ABC da Greve, Eles não Usam Black-tie e Pedreira de São Diogo, de Leon Hirszman, episódio de Cinco Vezes Favela, não poderão ser exibidos, já que se encontram em processo de restauro.
Sala Cinemateca
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
próxima ao Metrô Vila Mariana
Maiores Informações pelos telefones: 5084-2177 (ramal 210) ou 5081-2954
ingressos: R$ 8,00 (inteira) R$ 4,00 (meia-entrada)
Atenção:
Trabalhadores sindicalizados com a apresentação de carteirinha, trabalhadores que apresentem carteira de trabalho ou recibo de autônomo, pagam meia entrada.
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.
Programação:
Dia 01/06 (quinta-feira)
17h00
Brasilianas nº 5 – Cantos de trabalho: cana-de-açúcar
Coal face
Tempos modernos
19h00
A classe operária vai ao paraíso
21h20
Peões
Dia 02/06 (sexta-feira)
17h00
Greve
Braços cruzados, máquinas paradas
19h00
Debate: A classe operária ainda vai ao Cinema?
Com a presença de João Batista de Andrade (cineasta e Secretário de Estado da Cultura de São Paulo), Giuseppe Cocco (Professor-doutor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em Comunicação e Trabalho), e Renato Tapajós (cineasta)
21h10
Chapeleiros
Garotas do ABC
Dia 03/06 (sábado)
16h00
Companhia Docas de Santos
17h20
Trabalhadoras metalúrgicas
Linha de montagem
19h15
Kuhle Wampe
20h50
Os companheiros
Dia 04/06 (domingo)
14h00
Coal face
Companhia Paulista de Estradas de Ferro
15h15
O machão
17h00
A queda
19h15
Peões
21h00
Garotas do ABC
Sinopses e fichas técnicas:
Braços cruzados, máquinas paradas, de Roberto Gervitz e Sérgio Segall
Brasil, 1979, 16mm, pb, 82’
Sinopse: Documentário que retrata a greve dos metalúrgicos da capital paulista em 1978. De um lado, o ex-dirigente Joaquinzão, presidente do sindicato, contra a greve. De outro, a chapa de oposição, integrada, entre outros, por Santo Dias, a favor da greve e disputando a direção da entidade.
Brasilianas nº 5 – Cantos de trabalho: cana-de-açúcar, de Humberto Mauro
Brasil, 1955, 35mm, pb, 10’
Sinopse: São inúmeras as atividades humanas que encontram incentivos em músicas adequadas, e, comum o trabalho executado ao ritmo dessas músicas. O filme foi inspirado nos conhecidos cantos "Pilão", "Barqueiro"e "Canto da Pedreira".
Chapeleiros, de Adrian Cooper
Brasil, 1983, 16mm, cor, 25’
Sinopse: Documentário que mostra o dia-a-dia do trabalho na fábrica dos elegantes chapéus Cury, de Campinas. Segundo o diretor, o ambiente o fez lembrar dos relatos sobre os tempos iniciais da Revolução Industrial, tamanha precariedade.
A classe operária vai ao paraíso (La classe operaia va in paradiso), de Elio Petri
Itália, 1971, 35mm, cor, 125’
Elenco: Gian Maria Volontè, Mariangela Melato, Gino Pernice, Salvo Randone
Sinopse: Lulu é o mais veloz operário na linha de produção em que trabalha. Apontado pelos patrões como padrão de comportamento, enfrenta resistência dos colegas, pressionados a executar o mesmo ritmo cruel de trabalho. Porém, após sofrer mutilação na máquina, Lulu passa a cortejar a loucura e opta por radicalizar durante uma greve. O paraíso a que se refere o título é uma experiência fugaz.
Coal face (idem), de Alberto Cavalcanti
Inglaterra, 1951, 16mm, pb, 11’ – versão original em inglês sem legendas
Sinopse: O aspecto humano e social do trabalho numa mina de carvão da Inglaterra. As condições de vida dos mineiros dentro e fora dos subterrâneos.
Os companheiros (I Compagni), de Mario Monicelli
Itália, 1963, 35mm, pb, 130’ – legendas em português
Elenco: Marcello Mastroianni, Renato Salvatori, Gabriella Giorgelli, Folco Lulli
Sinopse: Professor percorre a Itália espalhando seu sonho de conscientização política e mobilização dos trabalhadores. Seu esforço culmina numa greve por redução da jornada e melhores salários.
Companhia Docas de Santos
Brasil, 35mm, pb, 65’ – silencioso; legendas em português
Sinopse: Registros do funcionamento do porto de Santos e da chegada das peças para a montagem dos trens que, futuramente, atenderiam ao porto. Imagens da segunda década do século XX recém-descobertas e restauradas pela Cinemateca Brasileira.
Companhia Paulista de Estradas de Ferro
Brasil, 35mm, pb, 48’ – silencioso; legendas em português
Sinopse: O filme mostra imagens da chegada das peças para a fabricação dos trens ao Porto de Santos nos anos de 1920, o transporte desse material até a cidade de Rio Claro, onde as composições eram montadas, trabalho esse executado por homens e crianças.
Garotas do ABC: Aurélia Schwarzenega (idem), de Carlos Reichenbach
Brasil, 2003, 35mm, cor, 124’
Elenco: Selton Mello, Fernando Pavão, Michelle Valle, Vanessa Goulart
Sinopse: No ABC de São Paulo, região de fábricas têxteis e metalúrgicas, um grupo de operárias vive seu cotidiano de intenso trabalho, sonhos e ilusões. Entre elas, destaca-se Aurélia, operária negra, bela e atrevida, que adora homens fortes e musculosos. Ela namora Fábio, jovem enturmado em um grupo neonazista, liderado pelo jovem advogado Salesiano de Carvalho.
Greve (idem), de João Batista de Andrade
Brasil, 1979, 16mm, cor, 38’
Sinopse: Em 1979, metalúrgicos do ABC realizam a greve que inaugurou o chamado novo sindicalismo e estremeceu o moribundo regime militar. Lula e outras lideranças enfrentam também a intervenção federal no sindicato.
Kuhle Wampe (idem), de Slatan Dudow
Alemanha, 1932, 16mm, pb, 80’ – legendas em espanhol
Elenco: Hertha Thiele, Ernst Busch, Martha Wolteer, Adolf Fischer
Roteiro de Bertolt Brecht
Sinopse: O filme conta a história de uma família de operários berlinenses durante uma crise econômica na República de Weimar.
Linha de montagem (idem), de Renato Tapajós
Brasil, 1982, 16mm, cor, 90’
Sinopse: mais um registro sobre as greves nas indústrias metalúrgicas do ABC na passagem da década de 1970 para 1980, e a consolidação do Partido dos Trabalhadores.
O machão (Katzelmacher), de Rainer W. Fassbinder
Alemanha, 1969, 16mm, pb, 88’ – legendas em espanhol
Elenco: Hanna Schygulla, Lilith Ungerer, Rudolf Waldemar Brem, Elga Sorbas
Sinopse: Numa pequena cidade do sul da Alemanha, um operário grego desperta a agressividade, até então latente, de um grupo de operários desempregados. Estes encontram uma vítima perfeita para descarregar todo o seu ódio pelos estrangeiros, com atos de violência e brutalidade.
Peões (idem), de Eduardo Coutinho
Brasil, 2004, 35mm, cor, 85’
Sinopse: A história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem suvenires das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país.
A queda (idem), de Ruy Guerra e Nelson Xavier
Brasil, 1978, dvd, cor, 120’
Elenco: Nelson Xavier, Lima Duarte, Isabel Ribeiro, Maria Silvia
Sinopse: O retrato do cotidiano dos operários de construção civil, com a historia girando em torno da morte de um operário, devido a falta de segurança no trabalho. A empreiteira responsável tenta um suborno da viúva, porém o problema que afeta toda a classe é assumido por um companheiro da vítima. A partir daí desenrola-se uma série de relações entre os empreiteiros e os operários.
Tempos modernos (Modern times), de Charles Chaplin
Estados Unidos, 1936, 35mm, pb, 87’ – legendas em espanhol
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman, Tiny Sandford
Sinopse: Após criar uma máquina revolucionária, um trabalhador é internado em um sanatório. Ao sair, é confundido com um comunista que liderava uma marcha de operários em protesto.
Trabalhadoras metalúrgicas (idem), de Olga Futemma e Renato Tapajós
Brasil, 1978, 16mm, cor, 15’
Sinopse: As condições de trabalho das mulheres empregadas na indústria metalúrgica de São Bernardo do Campo. Com cenas filmadas durante o I Congresso da Mulher Metalúrgica de São Bernardo e Diadema, em janeiro de 1978.
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