Notícia
A Polícia Nacional de Saúde Suplementar para enfrentamento da pandemia de Covid-19 está sob consulta pública desde 30 de abril, o que pode significar um duro golpe no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso porque, por meio dessa política, o governo pretende ampliar o mercado de planos e seguros de saúde.
Na prática, a política significa inserir o SUS na rede de prestadores de serviços médicos de planos com cobertura reduzida, os chamados “planos populares”, que aguardam aprovação.
Esses convênios populares foram criados por Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde e líder do governo na Câmara dos Deputados. O argumento dele é “fazer o SUS caber no orçamento da Saúde”.
Redução de direitos
Os especialistas no tema Mário Scheffer e Ligia Bahia, respectivamente membros do Grupo de Estudos sobre Planos de Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo de Pesquisa e Documentação sobre Empresariamento na Saúde, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, defendem que a proposta seja interrompida.
Em nota técnica divulgada na última quarta-feira (05), eles apontaram que a medida é “um ataque ao bom senso”, além de “um desrespeito ao atual momento catastrófico da vida no país”.
“No lugar de medidas para fortalecer o SUS e reduzir mortes por Covid, o governo decidiu atender velhas demandas do setor privado assistencial e lançar uma política para o crescimento do mercado dos planos de saúde”, diz trecho.
“Papelão”
Ainda segundo eles, as empresas de planos privados fizeram “um papelão” na pandemia, ao se recusarem a unir esforços para a unificação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), manterem reajustes abusivos das mensalidades e negarem cobertura dos testes de Covid-19.
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Com informações da Rede Brasil Atual.