Profissionais da saúde marcham em defesa do Iamspe
    Autor: Redação SindSaúde-SP
    23/08/2024



    Profissionais que atuam no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) deixaram o local na manhã desta quinta-feira (22) e seguiram em marcha para cobrar do governo de São Paulo compromisso com a saúde. A manifestação fez parte de uma paralisação de 24 horas que começou às 7 horas e seguirá até às 7 horas desta sexta-feira (23) e contou com apoio de usuários do serviço e parlamentares. 

    As trabalhadoras e os trabalhadores cobraram compromissos que ainda não foram cumpridas pelo governo paulista. Aos funcionários do instituto não é pago o Prêmio de Incentivo, mas sim a Gratificação pelo Desempenho e Apoio à Assistência Médica ao Servidor Público (Gdamspe). Quando criado, o governo afirmou que o benefício seria reajustado para acompanhar o valor do Prêmio de Incentivo, mas o governo estadual não fez o que prometeu e o valor está congelado desde 2014. 

    O pagamento da Bonificação por Resultados também segue sem resposta. Enquanto as trabalhadoras e os trabalhadores têm se desdobrado para dar conta da demanda nos atendimentos, já que a gestão estadual diz que não tem recursos para abrir concurso, contratar mais funcionários e permitir um atendimento decente ao funcionalismo e seus dependentes, mas tem para pagar as terceirizadas. 

    Outra questão pendente a todo o funcionalismo é o valor do vale-refeição, de apenas R$ 12 e os manifestantes foram até as barraquinhas que ficam ao redor do hospital e constataram que seria necessário optar por comer um lanche ou tomar um suco, porque com o valor vale não é possível comer os dois.  

    Presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, apontou que estar nas ruas é uma forma de mostrar à população quais os verdadeiros responsáveis pela qualidade precária da saúde. 

    “Só quem está no dia a dia, ao lado do leito do paciente sabe como é duro não ter agulha, medicamento, não ter condições mínimas de trabalho e a população, do lado de fora, não sabe disso. Estamos reivindicando melhorias inclusive para cuidar melhor do paciente”, disse. 

    A secretária de Assuntos Jurídicos do sindicato, Regina Bueno, ressaltou, porém, que os avanços dependem também da mobilização da categoria. “É uma vergonha o estado mais rico da nação oferecer condições tão ruins. Não tenham vergonha de ir pra rua e lutar, quem deveria ter vergonha é o governo do estado, por pagar salários tão baixos e não nos dar condições dignas para atender nossos pacientes”, disse, ao convocar a todos e todas para a manifestação. 

    A presidenta da Associação de Funcionários do Iamspe (Afiamspe), Ana Cristina Manente, apontou a responsabilidade dos profissionais, mesmo em estado de paralisação e com a obrigação de lidar com más condições. 

    “Os trabalhadores estão conosco, desceram de seus setores para lutar por nossos direitos, mas alguns ficaram em seus postos, porque mantivemos as condições para atendimento. Estamos há anos reivindicando nosso Gdamspe, com a equiparação com demais profissionais da saúde do estado e Bonificação por Resultado, que o governo colocou como lei e não pagou. Além disso, faltam muitos materiais e como todo o funcionalismo, também sofremos com o baixo valor do vale-refeição. O Iamspe é um bem do funcionalismo público”, falou. 

    Apoio popular
    O ato contou com a apoio de deputados e vereadores e pessoas que também dependem do instituto, como a professora aposentada usuária do Iamspe, Maria José, que faz quimioterapia no Hospital do Servidor Público do Estado (HSPE).

    Ela parabenizou o empenho dos profissionais, que driblam todas as dificuldades para oferecer um atendimento decente ao usuário, mas cobrou investimentos do governo. 

    “Se o governo fizesse concursos e investisse em todas as áreas, nós não estaríamos nesse caos que vivemos. Da quimio não tenho nenhuma queixa, sou muito bem atendida, mesmo no sofrimento, eu gosto de vir. Vocês têm de se unir e exigir desse governo tacanho, que destruiu tudo. Desde Doria (João Doria-PSDB), que está decaindo tudo. O salário é muito pouco e a saúde é a principal coisa que temos”, falou.