Tereza de Benguela: o ícone da luta das mulheres negras e indígenas no Brasil
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    Tereza de Benguela: o ícone da luta das mulheres negras e indígenas no Brasil
    Autor: SindSaúdeSP
    25/07/2021

    Crédito Imagem: SindSaúdeSP

    Neste 25 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas há quase 30 anos. No Brasil, o 25 de julho foi instituído como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra pela Lei nº 12.987, de 2 de junho de 2014, um dia para marcar a luta e resistência das mulheres negras e indígenas.

     

    A instituição da data no Brasil é um importante marco, por representar um momento de reflexão sobre o quanto ainda é necessário avançar em termos de políticas públicas para acabar com o racismo estrutural, que remonta à era escravagista no país e que deixou a população negra, principalmente as mulheres, à margem da sociedade.

     

    Diversos estudos no Brasil - que tem 54% de população negra, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - mostram o quanto a mulher negra é a principal vítima da violência doméstica, do preconceito e discriminação, da precarização do trabalho e dos mais baixos salários. São elas as que mais sofrem as consequências das desigualdades sociais do Brasil e, também, são as maiores vítimas do feminicídio.

     

    Para o SindSaúde-SP, essa data é muito importante para lembrar que há um longo caminho para avançar na pauta por melhorias nas condições de trabalho das milhares de trabalhadoras da saúde, que são a maioria (71%) da base do Sindicato e boa parte delas negras.

     

    Histórico

    Em 1992, um grupo de mulheres negras decidiu que era preciso se organizar, pois somente elas poderiam, juntas, lutar contra as cruéis estatísticas acerca das mulheres negras na América Latina e Caribe. Foi assim que nasceu o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas em Santo Domingo, na República Dominicana.

     

    Do encontro no país caribenho nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas. Esse grupo de mulheres lutou com a Organização das Nações Unidas (ONU) pelo reconhecimento de 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.

     

    No Brasil, a data surgiu um pouco depois, em 2 de junho de 2014, pela Lei nº 12.987. Assim nasceu o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

     

    Quem foi Tereza de Benguela

    Tereza de Benguela, também conhecida como Rainha Tereza, viveu no século 18 no Quilombo do Piolho (Quilombo Quariterê), que se localizava onde fica hoje a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso.

     

    Indo na contramão do mundo patriarcal branco, Tereza era a líder do quilombo (1750-1770), que abrigava mais de 100 pessoas negras e indígenas, sendo considerado o maior à época, dentro de uma estrutura muito parecida como a de um estado.

     

    Registros históricos mostram que o quilombo gerido por Tereza tinha uma espécie de parlamento, no qual eram discutidas, coletivamente, todas as decisões e regras de convivência no quilombo.

     

    Essa comunidade vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana e da venda do que era produzido a mais.

     

    A líder quilombola era conhecida por ser bastante firme em suas decisões, tanto nas esferas política, econômica e administrativa. A proteção do quilombo era feita com armas trocadas com brancos ou compradas em confrontos.

     

    Não há registros históricos sobre a morte de Tereza, mas o mais importante é que essa heroína é a síntese da força e resistência que habitam as mulheres negras e indígenas brasileiras.

     

    Evento da CUT-SP

    Nesta segunda-feira (26), a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro, vai participar da live que celebra Tereza de Benguela e todas as mulheres negras e indígenas que resistem a todas as formas de violência, exclusão, preconceito e discriminação no país.

     

    O evento, promovido pela Secretaria de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) e pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), vai acontecer a partir das 18h, com retransmissão em nossa página no Facebook.

     

    Para saber mais sobre a programação do evento, clique aqui.

     










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